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VENEZUELA
Vice-presidente José Vicente Rangel acusa prefeito de ser responsável por mortes de manifestantes na sexta-feira
Chavistas atacam posto da polícia municipal de Caracas
DA REDAÇÃO
Simpatizantes do presidente
Hugo Chávez fizeram protestos
ontem, em Caracas, durante o enterro dos dois manifestantes que
morreram no confronto entre policiais, partidários e adversários
do governo, na sexta-feira. No sábado à noite, dois policiais foram
baleados próximo ao local do velório de um dos mortos.
O incidente de sexta-feira causou, além das duas mortes, ferimentos em 78 pessoas. O vice-presidente, José Vicente Rangel,
responsabilizou o prefeito de Caracas, Alfredo Peña.
A crise no país vem se agravando desde 2 de dezembro, quando
foi iniciada a greve organizada pelos adversários do presidente, que
exigem sua renúncia. A paralisação interrompeu as exportações
de petróleo e obrigou o país a importar combustível.
Ataque à polícia
Milhares de defensores de Chávez acompanharam, em Caracas,
o velório de Oscar Gómez Aponte, 24, baleado na sexta-feira. O vice-presidente Rangel também foi
à funerária e fez acusações contra
o prefeito, que é adversário de
Chávez. Ele afirmou que o governo possui uma gravação em vídeo
que mostra que a Polícia Metropolitana, sob controle do prefeito,
é responsável pelas duas mortes.
Logo após as declarações de
Rangel, um grupo de cerca de 15
pessoas atirou contra um posto
policial próximo à funerária.
Segundo o diretor da Polícia
Metropolitana, Henry Vivas, um
policial foi baleado na coxa, e uma
inspetora foi ferida por fragmentos de uma bala que ricocheteou.
Os policiais responderam ao fogo
usando balas de borracha e gás lacrimogêneo. Ninguém foi preso.
Rangel voltou a fazer acusações
ontem, durante o cortejo fúnebre
dos dois mortos. "Esses mortos
são de Peña, esses mortos são de
Henry Vivas. A "Peñapol" é que
atua contra o povo", disse ele.
A oposição está concentrando
esforços para pressionar pela realização de um referendo no dia 2
de fevereiro, em que os venezuelanos poderiam indicar se desejam ou não que Chávez cumpra
seu mandato até o fim, em 2007.
Assinaturas
A oposição apresentou mais de
150 mil assinaturas para as autoridades eleitorais, em 6 de novembro, pedindo o referendo. A comissão nacional eleitoral, porém,
disse que o Parlamento, de maioria chavista, não autorizou a verba
de US$ 22 milhões necessária para realizá-lo. Por isso os líderes da
oposição estão pedindo à população que faça doações em dinheiro
para pagar o referendo.
Não há, entretanto, nenhuma
garantia de que a consulta se realizará, pois o governo não o aceita e
Chávez já afirmou que irá ignorar
o resultado. A Constituição venezuelana só admite a realização de
um referendo transcorrida a metade do mandato presidencial, ou
seja, a partir de agosto próximo.
Com agências internacionais.
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