São Paulo, terça-feira, 06 de janeiro de 2009

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Reação anti-Israel do Hizbollah se limita a discursos

DO "NEW YORK TIMES"

Na última semana, o líder do Hizbollah, Hassan Nasrallah, fez discursos furiosos contra a ação israelense em Gaza, atacando a passividade do Egito e de outros países árabes. Mas o xeque libanês não deu ordens à sua própria milícia xiita para entrar em ação. E, dizem analistas, é improvável que o faça -a menos que a situação do Hamas se torne desesperadora.
Há ao menos duas razões para isso. Primeiro, o Hizbollah ainda acredita que seu aliado Hamas sairá vitorioso. Segundo, não pode arriscar levar o Líbano a outro conflito como o julho e agosto de 2006.
Depois da guerra de 2006, Nasrallah declarou-se vitorioso, mas pediu uma espécie de perdão aos libaneses, dizendo que não teria ordenado as ações além da fronteira, que precipitaram o conflito, se soubesse que Israel responderia com um devastador ataque de 34 dias, deixando mais de mil mortos.
Desde então, o Hizbollah ganhou poderes no governo, e sua coalizão deve conquistar maioria nas eleições deste ano. Iniciar um conflito poderia pôr em risco tudo isso, revoltando a população, diz o analista político Amal Saad-Ghorayeb.
"Não estamos pessimistas sobre o futuro da luta", diz Ali Fayyad, ex-membro do Hizbollah e diretor de entidade de pesquisa ligado ao grupo. O Hizbollah conhece bem as capacidades do Hamas. Trabalhou com o Irã para treinar o movimento em Gaza.
A ideia era armar o Hamas para resistir por tempo suficiente a fim de forçar Israel e outros Estados árabes a negociarem com o grupo, em um processo que em última instância aumentaria seu poder e credibilidade. Para isso, não é necessária uma segunda frente.


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