São Paulo, quinta-feira, 06 de janeiro de 2011

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Oposição assume com blitz anti-Obama

No controle da nova Câmara dos Representantes, republicanos querem tentar reverter vitórias do presidente

Batalha começa pela reforma da saúde, que deve sofrer um voto de rejeição; Casa Branca também tem mudanças

ANDREA MURTA
DE WASHINGTON

Os EUA assistiram ontem ao nascimento de um período de confrontação política com a posse do novo Congresso, iniciado com o lançamento de um esforço da oposição republicana apelidado de "20 dias anti-Obama".
O prazo de esforço máximo contra o presidente Barack Obama é uma embalagem propagandística do trabalho que a oposição quer fazer até as eleições de 2012.
Foi escolhido para tentar alcançar o máximo de dano ao governo democrata antes do discurso sobre o Estado da União, no fim do mês, quando Obama falará dos avanços e prioridades para o ano.
No controle da Câmara dos Representantes (deputados) e com bancada expandida no Senado, os republicanos prometem tentar desfazer as principais conquistas de Obama, a começar pela reforma da saúde.
O processo começa já amanhã, e um voto de rejeição deve acontecer na próxima quarta-feira.
O Senado deve barrar a derrubada da reforma, que de toda forma seria vetada pela Casa Branca.
Outra prioridade inicial será o corte de gastos. E republicanos também pretendem relaxar regulamentações implementadas que setores empresariais achem excessivas.
Se houve um grande vencedor ontem, foi o republicano John Boehner, 61, que liderará a Câmara pelos próximos dois anos.
Em seu discurso, ele prometeu respeitar princípios conservadores, projetou mudanças e deixou claro o desprezo pelos líderes que vieram antes dele, cujas regras, disse, revelam "enganos" que basearam "rituais da Washington moderna".
Apesar da ampla maioria, Boehner terá desafios, a começar pela união de seu partido. Recheada de estreantes e radicais apoiados pelo movimento ultraconservador Tea Party, a bancada não deve dar exemplo de disciplina.
No novo Senado, desafios serão ainda maiores.
Democratas seguem no controle, com 53 dos 100 assentos, mas os dois lados precisarão de mais cooperação bipartidária para aprovar qualquer coisa, já que são precisos 60 votos para ultrapassar manobras burocráticas e votar leis.

MAIS MUDANÇAS
A nova era política em Washington trará mudanças também na Casa Branca, que anunciou ontem nova defecção: Robert Gibbs, porta-voz da Presidência, pediu para deixar o cargo após dois anos. Seu substituto ainda não foi anunciado.
Obama também poderá anunciar nos próximos dias um novo chefe de gabinete. E virão ainda um novo conselheiro econômico e um novo assessor político.


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