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Berlusconi tenta barrar eutanásia com decreto
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo italiano afirmou que pretende editar um
decreto legislativo -semelhante a uma medida provisória- para tentar barrar o
desligamento da alimentação por sonda de Eluana Englaro, em coma há 17 anos
após um acidente de carro.
O jornal "La Repubblica"
noticiava na sua edição eletrônica ontem, no entanto,
que a ideia já enfrentava resistência até mesmo de aliados de Silvio Berlusconi.
Após intensa batalha judicial, a família de Eluana foi
autorizada pela máxima corte de Justiça da Itália a interromper a alimentação artificial que a mantém viva. O Vaticano e o governo de Berlusconi são contrários à medida.
Na terça-feira, Eluana foi
transferida para uma clínica
particular em Udine (nordeste do país), que aceitou
fazer o procedimento, previsto para ter início hoje. O
decreto, que já estaria pronto, quer proibir que "a alimentação e a hidratação" sejam suspensas "quando a
própria vida delas depende".
A imprensa italiana noticiou que o presidente da República, Giorgio Napolitano,
que deveria assinar o decreto, tem "dúvidas" sobre a medida, já que ela significaria
um conflito aberto entre governo e Judiciário. O presidente da Câmara, Gianfranco Fini, aliado de Berlusconi,
também manifestou dúvidas
sobre a iniciativa.
Também ontem, o arcebispo da província de Foggia,
monsenhor Giuseppe Casale, defendeu a decisão da família de Eluana de interromper a alimentação artificial,
comparando o caso da jovem
com os últimos dias de vida
de João Paulo 2º.
Segundo ele, o papa também pediu a interrupção dos
tratamentos que não faziam
mais efeitos, próximo à sua
morte. "Se um tratamento
não trará mais benefícios,
pode ser legitimamente interrompido", disse o religioso ao jornal "La Stampa",
contrariando a posição do
Vaticano em relação ao caso.
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