São Paulo, segunda-feira, 06 de março de 2006

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ORIENTE MÉDIO

Plano do premiê de Israel causa polêmica entre aliados e rivais

Olmert promete segunda retirada

DA REDAÇÃO

O plano anunciado ontem pelo premiê interino de Israel, Ehud Olmert, de retirar unilateralmente assentamentos judeus da Cisjordânia, caso vença as eleições gerais de 28 de março, provocou polêmica tanto entre os integrantes de seu partido, o Kadima, fundado em dezembro por Ariel Sharon, como por rivais.
Para Olmert a proposta está alinhada com o que Sharon havia sugerido antes de se afastar do governo devido a um derrame sofrido em 4 de janeiro, mas alguns membros do Kadima dizem que o plano de nova retirada "contradiz a posição de Sharon". Em 2005, Sharon ordenou o desmantelamento das 21 colônias judias de Gaza e a retirada unilateral e total da região. Membros do Likud, partido ao qual pertenciam Sharon e Olmert antes da criação do Kadima, chamam a nova proposta de "prêmio para o Hamas".
Olmert acredita que o primeiro objetivo do próximo governo deva ser criar uma situação internacional favorável para a definição de fronteiras e a garantia da maioria demográfica judaica.
No plano a ser proposto aos EUA, Olmert quer a retirada de colonos judeus de pelo menos 17 assentamentos, segundo o diário "Yediot Ahronot". As colônias ficam na região de Nablus, Ramallah, Belém e Hebron. Os colonos iriam para dois grandes assentamentos no sul de Jerusalém.
Shimon Peres, candidato pelo Kadima, disse temer os planos de nova retirada nos territórios ocupados. Segundo ele, o Hamas, grupo radical que venceu as eleições palestinas, está se aproximando do Irã. "Não sou parte do grupo com pressa para defender retiradas unilaterais. O quadro do lado palestino ainda não é claro", disse numa formatura de militares.
"Muros devem ser construídos em volta do Hamas, porque toda a terra que seja dada ao movimento irá fortalecê-lo", disse o presidente do Likud, Binyamin Netanyahu, em resposta ao plano de retirada.
"A retirada é um prêmio para o Hamas. A terra evacuada irá virar imediatamente base para novos ataques contra Israel", disse Gideon Sa'ar, do Likud.


Com agências internacionais


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