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Obama promete liderar esforço por fim de arma nuclear
Ante multidão na capital tcheca, líder americano divulga
plano ambicioso contra proliferação de arsenal atômico
Evocando "dever moral" dos
EUA, presidente diz que país
cumprirá tratado e ratificará
documento que veta testes
DA REDAÇÃO
No discurso em que criticou
o lançamento do foguete pela
Coreia do Norte, o presidente
americano, Barack Obama,
afirmou ontem em Praga, na
República Tcheca, ser "responsabilidade moral" dos EUA liderar os esforços para criar um
mundo sem armas nucleares.
A declaração de Obama, feita
a 20 mil pessoas durante evento da União Europeia, é o plano
mais ambicioso dos EUA para a
questão desde que Ronald Reagan (1981-1989), em 1986, propôs ao então líder da URSS, Mikhail Gorbachov, eliminar armas nucleares num encontro
privado.
A proposta do presidente
americano, que tem o respaldo
de ex-secretário de Estado
Henry Kissinger, está baseada
em três promessas. Em primeiro lugar, Obama disse que os
EUA cumprirão as duas obrigações do Tratado de Não Proliferação Nuclear, de 1968 -o texto consagrou o status de potência nuclear dos cinco integrantes permanentes do Conselho
de Segurança da ONU, mas os
obrigou a trabalhar pelo fim
das armas nucleares.
Tanto a Coreia do Norte como o Irã frequentemente citam
a hipocrisia dos países ao lidar
com o tratado como justificativa para desenvolver seus próprios programas nucleares.
"Alguns dizem que a propagação dessas armas não pode
ser detida. Esse fatalismo é um
adversário mortal", disse.
Funcionários da Casa Branca
afirmam que o discurso é mais
do que uma demonstração do
idealismo. Defendem que seu
objetivo pragmático é reforçar
a posição dos EUA no CS, onde
Rússia e China têm barrado a
aprovação de punições mais
duras para o Irã.
Obama também prometeu
promover de maneira "imediata e agressiva" a ratificação, pelo Senado americano, do Tratado de Proibição Total de Testes
Nucleares. Bill Clinton (1993-2001) não conseguiu aprová-lo
no Congresso nos anos 90 e
George W. Bush (2001-2009)
declarou que o acordo violaria a
soberania americana.
Em terceiro lugar, Obama
propôs um tratado para acabar
com a produção de material físsil que abarcaria os países que
possuem armas nucleares não
signatários do tratado de não
proliferação, como Índia, Paquistão e Israel. Pregou a criação de um banco para fornecer
combustível nuclear civil aos
países que aderirem ao tratado
e uma ofensiva para impedir
que material nuclear chegue a
grupos terroristas.
Muitas das propostas, porém, devem acabar ofuscadas
pela anúncio de Obama de que
seu governo manterá o projeto
de instalar o escudo antimísseis na República Tcheca e na
Polônia. Obama insistiu que será um sistema defensivo para
barrar um eventual ataque iraniano, e não um gesto hostil em
direção a Rússia. A Polônia e a
República Tcheca haviam demonstrado apreensão ante a
possibilidade de Obama abandonar o programa ao reaproximar-se de Moscou.
Com "Financial Times" e agências internacionais
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