São Paulo, terça-feira, 06 de abril de 2010

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Capitais bolivianas votam contra Morales

Pesquisas indicam que o partido do presidente da Bolívia perdeu em 7 das 10 principais cidades do país

DA REDAÇÃO

Além de não conseguir a hegemonia entre os governos dos departamentos (Estados), como planejava, o Movimento ao Socialismo (MAS), partido do presidente da Bolívia, Evo Morales, foi derrotado em 7 das 10 principais cidades do país nas eleições de domingo, segundo projeções de meios de comunicação com base em resultados preliminares da apuração.
Entre as capitais, o MAS perdeu inclusive em La Paz -um duro golpe para Morales porque ele dava a vitória ali como certa, já que a capital boliviana sempre foi um dos bastiões eleitorais do presidente.
A derrota tem como consequência o crescimento político de Juan del Granado, atual prefeito, que conseguiu eleger seu candidato, Luis Revilla.
Antigo aliado político de Morales, Granado optou por apresentar candidaturas próprias em várias cidades sob a bandeira do Movimento Sem Medo (MSM). O partido venceu também em Oruro, onde o candidato do MAS, Félix Rojas, sentia-se tão seguro de que iria vencer que festejou antecipadamente.
Em El Alto, outra cidade populosa do altiplano boliviano, zona onde Morales goza de mais apoio, o resultado também foi surpreendente. Apesar de o candidato do MAS ter vencido a disputa pela prefeitura, obteve só cerca de 39% dos votos. Morales foi eleito e reeleito ali com votação superior a 70%.
Apesar de Morales ter dito, na noite de domingo, que o MAS venceu as disputas para governador em 6 dos 9 departamentos, as pesquisas garantem sua vitória em somente 5: La Paz, Oruro, Potosí, Cochabamba e Chuquisaca.
Já a oposição saiu vitoriosa em Santa Cruz, que concentra um terço do PIB do país, e Tarija, onde ficam os principais reservatórios de gás, além de Beni. Em Pando, que também integra a chamada "meia-lua", região que é bastião da oposição, o resultado continua incerto.
Ontem, autoridades eleitorais do departamento decidiram adiar para hoje o início da apuração após protestos realizados em frente ao órgão.
Observadores da OEA (Organização dos Estados Americanos) elogiaram o pleito, mas advertiram que pode ter ocorrido um erro de contagem de parte dos votos em Pando.


Com agências internacionais


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