São Paulo, sábado, 06 de maio de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PERFIL

Primeira mulher na chancelaria é negociadora dura

DE LONDRES

À maneira de muitos integrantes do governo Blair, Margaret Beckett, 63, iniciou sua vida política como esquerdista renhida, mas foi caminhando gradativamente em direção ao centro a partir de 1997, quando o premiê chegou ao poder.
Não se espera que ela mude o eixo da política externa de Blair, de resto ditada pelo próprio premiê. Mas o histórico meio radical é talvez a maior sinalização de que poderá haver alterações significativas de estilo em relação ao antecessor, Jack Straw.
Principalmente no que tange ao relacionamento do Reino Unido com os EUA, que sob Straw foi pautado por uma harmonia absoluta -ou, como preferem alguns, submissão total.
As afinidades cada vez maiores de Straw com a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, com lances de romance de fotonovela, aumentaram ainda mais essa sensação.
Beckett é tida como negociadora dura, em contraste com a mansidão de Straw. A mudança foi bem recebida pela oposição. "Todos esperamos que ela mostre um maior grau de independência na política externa e um maior ceticismo em relação ao que vem da Casa Branca", afirmou o líder liberal democrata, Menzies Campbell.
Na gestão Blair, Beckett primeiro atuou como ministra da Indústria e Comércio. Em 1998, foi nomeada líder dos trabalhistas na Câmara dos Comuns, função que Straw vai desempenhar agora. Desde 2001 era ministra de Meio-Ambiente e Assuntos Rurais.
Nada que se compare aos desafios que terá agora pela frente, especialmente o imbróglio do programa nuclear do Irã. Já na próxima segunda ela participa de uma reunião de chanceleres dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, que discutirá uma resolução redigida pela França e Reino Unido.
Beckett terá que lidar ainda com a deterioração da situação no Iraque, justo no momento em que o Reino Unido planeja a retirada de suas tropas do país. (FV)

Texto Anterior: Reino Unido: Blair reforma gabinete após revés eleitoral
Próximo Texto: EUA: Plano de memorial a 11/9 estoura orçamento
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.