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PERFIL
Primeira mulher na chancelaria é negociadora dura
DE LONDRES
À maneira de muitos integrantes do governo Blair,
Margaret Beckett, 63, iniciou
sua vida política como esquerdista renhida, mas foi
caminhando gradativamente em direção ao centro a
partir de 1997, quando o premiê chegou ao poder.
Não se espera que ela mude o eixo da política externa
de Blair, de resto ditada pelo
próprio premiê. Mas o histórico meio radical é talvez a
maior sinalização de que poderá haver alterações significativas de estilo em relação
ao antecessor, Jack Straw.
Principalmente no que
tange ao relacionamento do
Reino Unido com os EUA,
que sob Straw foi pautado
por uma harmonia absoluta
-ou, como preferem alguns, submissão total.
As afinidades cada vez
maiores de Straw com a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, com
lances de romance de fotonovela, aumentaram ainda
mais essa sensação.
Beckett é tida como negociadora dura, em contraste
com a mansidão de Straw. A
mudança foi bem recebida
pela oposição. "Todos esperamos que ela mostre um
maior grau de independência na política externa e um
maior ceticismo em relação
ao que vem da Casa Branca",
afirmou o líder liberal democrata, Menzies Campbell.
Na gestão Blair, Beckett
primeiro atuou como ministra da Indústria e Comércio.
Em 1998, foi nomeada líder
dos trabalhistas na Câmara
dos Comuns, função que
Straw vai desempenhar agora. Desde 2001 era ministra
de Meio-Ambiente e Assuntos Rurais.
Nada que se compare aos
desafios que terá agora pela
frente, especialmente o imbróglio do programa nuclear do Irã. Já na próxima
segunda ela participa de
uma reunião de chanceleres
dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, que discutirá
uma resolução redigida pela
França e Reino Unido.
Beckett terá que lidar ainda com a deterioração da situação no Iraque, justo no
momento em que o Reino
Unido planeja a retirada de
suas tropas do país.
(FV)
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