São Paulo, sábado, 06 de maio de 2006

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GUERRA AO TERROR

ONU cobra ação dos EUA no trato a presos

DA REDAÇÃO

As Nações Unidas disseram ontem que os Estados Unidos devem dar um exemplo melhor no que diz respeito ao combate à tortura e que não podem se recusar a discutir violações e abusos cometidos contra presos acusados de envolvimento com o terrorismo sob o pretexto de que se trata de atividades de inteligência.
A Comissão Contra Tortura da ONU questionou autoridades americanas sobre uma série de questões, entre elas sobre o métodos de interrogatórios adotados em prisões como Abu Ghraib, no Iraque, e Guantánamo, em Cuba.
O conselheiro para assuntos relacionados à legislação do Departamento do Estado dos EUA, John B. Bellinger III, chefe da delegação do país em sua primeira participação na comissão em seis anos, insistiu que o governo sente-se "absolutamente comprometido com o cumprimento de nossas obrigações nacionais e internacionais em erradicar a tortura".
Grupos de defesa dos direitos humanos acusam o governo de cometer maus-tratos contra detentos usando métodos cruéis de interrogatórios.
Bellinger disse que as alegações de abusos foram exageradas. "Esta comissão não deve perder de vista o fato de que esses incidentes não são sistêmicos", disse ele em um painel composto por dez pessoas durante a abertura de uma sessão que avalia o comportamento do governo americano em relação à Convenção Contra a Tortura e Tratamentos Cruéis.
"Relativamente, poucos casos de abuso e mau comportamento aconteceram no contexto de conflito armado entre dos EUA com a Al Qaeda", disse Bellinger.
Disse também que o governo tem conduzido investigações para apurar as responsabilidades. Mas Andreas Mavrommatis, que presidiu a sessão, disse que tais investigações seriam mais convincentes se fosse conduzidas por um árbitro independente ou um um advogado, em vez de estarem sob responsabilidade do Departamento de Estado.
Os EUA mantêm milhares de suspeitos de envolvimento com o terrorismo, a maioria deles presos desde os ataques perpetrados em 11 de setembro de 2001. Os suspeitos estão em instalações localizadas no Afeganistão, Iraque e em Guantanámo, em Cuba.


Com agências internacionais


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