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Avanço liberal-democrata põe em xeque o sistema eleitoral do país
DA REDAÇÃO
O sistema eleitoral britânico
virou um dos principais personagens da eleição de hoje.
O país é dividido em 650 distritos. Cada um deles elege um
deputado em um sistema de voto majoritário: o candidato que
obtiver o maior número de votos em cada distrito é eleito, independentemente da margem
sobre os adversários.
Como consequência, o Partido Trabalhista, cujo eleitorado
é mais pulverizado pelo país,
pode conquistar um número
próximo -ou até superior- de
deputados do que o Partido
Conservador, mesmo com um
total de votos menor no país.
Essa possibilidade levou o líder liberal-democrata, Nick
Clegg, a dizer, durante a campanha, que não apoiaria a recondução de Gordon Brown ao
cargo de premiê caso os trabalhistas, como indicam algumas
pesquisas, ficarem em terceiro
no voto popular.
Os liberais-democratas são
os mais prejudicados pelo atual
sistema. Mesmo que algumas
pesquisas tenham colocado o
partido até na liderança, a sigla
deve eleger bem menos deputados do que as duas legendas
grandes.
Eleições passadas
Isso acontece porque o voto
liberal-democrata é concentrado em determinados bolsões do
país, onde o partido consegue
eleger candidatos por larga
margem, enquanto em outros
locais é pouco votado.
Nas eleições passadas, por
exemplo, o Partido Liberal-Democrata teve 22% dos votos,
mas elegeu só 62 deputados, ou
menos de 10% das vagas na Câmara dos Comuns.
Já os trabalhistas, com 35%
dos votos, ficaram com 57% das
cadeiras (356).
Não à toa, Clegg colocou como exigência para apoiar um
eventual governo do líder conservador, David Cameron, caso
seu partido conquiste a maior
bancada, a promessa de que ele
apoie a reformulação do sistema eleitoral britânico.
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