São Paulo, segunda-feira, 06 de junho de 2011

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Votação tem índice recorde de abstenção

DO ENVIADO A LISBOA

A apatia dos portugueses se refletiu na eleição, que registrou abstenção recorde de 41,1%. Ou seja, 3,9 milhões de eleitores não foram votar. Em alguns distritos, mais de 50% faltaram.
Cientistas políticos afirmam que há um misto de desencanto com os políticos e uma sensação de impotência diante do futuro do país.
Nos dias anteriores à eleição, as pessoas diziam que não havia razões para votar, pois quem quer que vencesse apenas cumpriria o acordo feito com a "Troika", que é como os portugueses chamam as missões do FMI (Fundo Monetário Internacional), do Banco Central Europeu e da União Europeia.
A Troika exigiu que o país se comprometesse a adotar mais medidas de austeridade em troca de um empréstimo de €78 bilhões. Na verdade, foi a crise econômica que provocou essas eleições antecipadas.
José Sócrates, reeleito em 2009, renunciou ao cargo de primeiro-ministro em março, após o Parlamento recusar seu quarto pacote de austeridade.
Na sequência, como os mercados exigiam juros cada vez mais altos para rolar a dívida de Portugal, o país foi obrigado a assinar o acordo com a Troika.

ABELHAS
Mas os problemas continuam. Os juros cobrados de Portugal continuam altos, e o país está em recessão e com índice de desemprego de 12,6%.
Apesar da apatia quase geral, houve alguns poucos protestos ontem.
Numa seção eleitoral colocaram enxames de abelhas. Em outra, passaram cola na porta. Numa terceira, colocaram um cadeado. As razões eram várias: falta de médicos numa cidade ao norte de Lisboa; estradas esburacadas em outra.
A Comissão Nacional de Eleições prometeu apurar. Diz que se os autores forem identificados podem ficar até cinco anos presos.

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