DA REDAÇÃO

A polícia do Egito interrogou ontem o pai e a mulher de Hesham Mohamed Hadayet, autor dos disparos anteontem no aeroporto de Los Angeles.
O pai de Hadayet vive em um bairro de classe média no Cairo, e a mulher estava no país passando férias com os dois filhos do casal.
O teor do interrogatório não foi divulgado pelas autoridades. Parentes do egípcio afirmaram que ele nunca teve ligação com atividades terroristas.
Hassan Mostafa Mahfouz, tio de Hadayet e general da reserva, disse ter ficado surpreso com a notícia do ataque e da morte de seu sobrinho. "Nunca pensei que ele pudesse fazer isso", afirmou.
Segundo ele, Hadayet estava feliz nos EUA. "Ele queria obter a cidadania americana, faltava somente um ano para conseguir", disse, acrescentando que Hadayet era uma pessoa muito "afetuosa e próxima da família".
Mohamed Abdel Hafiz, outro tio de Hadayet, afirmou que o sobrinho chegou a ligar para o pai anteontem, dia de seu aniversário. Não se sabe ao certo o dia do nascimento do egípcio, pois ele possui duas carteiras de motorista, com datas diferentes. Ele disse para o pai o seguinte, segundo o tio: "Sabia que você me ligaria para dizer feliz aniversário, por isso decidi ligar antes."
De acordo com Hafiz, Hadayet não tinha ligações com grupos extremistas, e seu pai é um oficial da reserva. "Era uma pessoa normal, como os bons muçulmanos e os bons cristãos, que rezava diariamente", disse.
Vizinhos de Hadayet em Los Angeles o descreveram como uma pessoa quieta. Após o 11 de setembro, ele passou a ficar um pouco irritado, pois um de seus vizinhos pendurou uma bandeira americana e outra dos marines. As bandeiras cobriam parte da porta de entrada da casa de Hadayet. Ele reclamou com o síndico do prédio, dizendo que a atitude do vizinho visava irritá-lo.