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Pressão sobre Síria deve crescer
DA REUTERS
O ataque de Israel contra a Síria
ontem é um dos avisos mais contundentes ao presidente sírio Bashar al Assad para que passe a cooperar com Israel e com os EUA e
reduza a presença de militantes
em áreas palestinas e no Iraque.
Considerando a superioridade
militar israelense, uma resposta
na mesma moeda da Síria é quase
impossível. Para enfrentar o desafio crescente de conviver com os
vizinhos ao sul (Israel) e a leste
(Iraque), a principal ferramenta
de Assad é a diplomacia.
Os EUA querem que a Síria faça
mais do que limitar o fluxo de militantes muçulmanos que cruzam
as fronteiras com o Iraque. Washington culpa os "terroristas estrangeiros" e considera que eles
desempenham papel-chave nos
ataques contra soldados americanos no pós-guerra no Iraque.
Já Israel exige que o governo de
Damasco pare de apoiar grupos
militantes palestinos e a guerrilha
extremista libanesa Hizbollah.
Walid Moubarak, cientista político que mora em Beirute, disse
que, ao atacar a Síria, Israel estaria
tentando provar que combate o
mesmo inimigo dos americanos.
"Os israelenses estão tentando
associar sua estratégia com a dos
americanos de combater o terrorismo, aumentando pressão sobre a Síria", disse Moubarak.
"O ataque [de Israel] vem seguido de um processo para aumentar
a pressão da Síria para cooperar
mais com Israel e com os EUA,
para que se livre dos militantes
palestinos e acabe com o fluxo de
muçulmanos "terroristas" da Síria
e do Iraque", disse.
O Exército israelense afirmou
ter atacado uma base próxima a
Damasco, usada por grupo militantes, incluindo o Jihad Islâmico,
que assumiu a autoria do atentado suicida que matou pelo menos
19 pessoas num restaurante em
Haifa, norte de Israel, anteontem.
Para os analistas, a relação entre
os países entra numa nova fase.
"Nada pode ser feito para impedir que Israel atinja alvos sírios ou
palestinos na Síria", disse o professor de ciência política Farid al
Khazen, da Universidade Americana de Beirute.
Imad al Shuaibi, analista político sírio, disse que seu país não
abandonará grupos palestinos
antiisraelenses. "A mensagem de
Israel para a Síria é que Damasco
pagará por qualquer coisa que
acontecer em Israel."
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