São Paulo, quarta-feira, 06 de outubro de 2004

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ORIENTE MÉDIO

Acusados de elo com terror, os presos são palestinos; ONU diz desconhecer as detenções, ocorridas desde 2000

Israel revela ter 13 funcionários da ONU sob custódia

DA REDAÇÃO

O Exército de Israel anunciou ontem que 13 palestinos que trabalham para a ONU foram presos ao longo dos quatro anos de Intifada. O anúncio é o mais recente episódio das disputas envolvendo Israel e a ONU -acusada pelos israelenses de ser pró-palestinos.
"Nós temos em nossas mãos uma lista de 13 prisioneiros que devem ser julgados. São todos envolvidos com o terrorismo", disse o chefe de operações das Forças Armadas de Israel, Yisrael Ziv.
Em Nova York, a ONU informou que não tem nenhuma informação sobre as prisões.
Os detidos seriam membros da agência da ONU que é responsável por dar assistência aos palestinos na Cisjordânia e na faixa de Gaza, a UNRWA. Essa agência foi acusada nos últimos dias por Israel de transportar em uma de suas ambulâncias um míssil do grupo terrorista palestino Hamas.
Ontem, os israelenses decidiram diminuíram o tom da acusação à agência da ONU que, segundo haviam dito antes, citando um vídeo feito por um aparelho voador não tripulado, transportou o míssil.
A UNRWA nega e diz que o que aparece sendo transportado pela ambulância no filme é na realidade uma maca.
Ontem, Ziv evitou comentar se o que era transportado era um míssil ou uma maca e acrescentou que o Exército de Israel "não está livre de erros". O militar deixou claro, porém, que funcionários da UNRWA usam veículos da ONU para dar suporte ao terrorismo.
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirmou que uma missão da entidade está sendo enviada a Israel para investigar as acusações israelenses, que são tratadas "seriamente pela entidade".
Para complicar, o comissário-geral da UNRWA, Peter Hansen, disse ontem que a agência emprega funcionários que são membros do Hamas. Ele disse que não vê problemas nisso, pois "essas pessoas não são terroristas".
Na faixa de Gaza, um ataque aéreo israelense matou um dos líderes do grupo terrorista Jihad Islâmico. Ao todo, oito palestinos morreram ontem -o total em uma semana atingiu 72. Entre as vítimas está uma menina de 13 anos, que, segundo Israel, era suspeita de estar com uma bomba.
A campanha militar israelense em Gaza visa eliminar a capacidade dos terroristas de lançar mísseis contra alvos israelenses.
No Conselho de Segurança da ONU, os EUA vetaram resolução condenado Israel pelas ações na faixa de Gaza, afirmando que o texto não era balanceado.


Com agências internacionais


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