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ELEIÇÃO NOS EUA
Presidente anuncia, de forma inesperada, que fará pronunciamento à nação sobre terrorismo e economia
Sob pressão, Bush decide falar hoje na TV
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
De forma inesperada, o presidente George W. Bush marcou
para hoje um pronunciamento na
Casa Branca onde discorrerá sobre "tópicos importantes" da
agenda de segurança e de assuntos internos dos EUA.
Bush cancelou sua agenda de
campanha para o discurso. "O
presidente falará sobre as prioridades de nosso país: a guerra contra o terror e a economia", afirmou o porta-voz Scott McClellan.
O pronunciamento ocorre uma
semana depois de o presidente ter
tido um desempenho considerado no mínimo insatisfatório no
primeiro de uma série de três debates na TV contra John Kerry.
Várias pesquisas mostraram
que o senador democrata venceu
o debate, assistido por 62 milhões
de americanos. Após o evento,
Kerry voltou a subir nas pesquisas
e retornou a uma situação de empate técnico com o presidente.
Bush também volta ao centro
das atenções dois dias antes do segundo debate presidencial, que
ocorrerá na sexta e que deve ficar
mais concentrado em assuntos de
interesse interno dos EUA.
No evento de sexta, os dois candidatos terão de responder a perguntas feitas por cidadãos comuns, o que tende a amenizar o
clima de confronto entre os dois.
Ao se concentrar hoje em assuntos relacionados ao terror e à
economia, Bush falará sobre os
dois pontos que considera mais
fortes em sua administração.
Mesmo tendo criado menos
empregos do que o esperado, a
economia dos EUA está em franca recuperação em 2004, devendo
crescer mais de 4% este ano.
Na área do combate ao terror,
Bush vem afirmando que mais de
dois terços dos líderes da Al Qaeda foram mortos ou presos.
Mesmo com todos os problemas e críticas em relação ao Iraque, o presidente continua firme
na defesa de que a invasão do país
foi um passo importante na guerra global contra o terror.
O pronunciamento presidencial
também ocorre no dia seguinte à
realização do debate entre os candidatos a vice-presidente, que estava previsto para ontem à noite.
A expectativa era que o democrata John Edwards, vice de
Kerry, também tivesse um desempenho bastante superior ao
do republicano Dick Cheney.
Advogado de sucesso em causas
populistas e milionárias, Edwards, 51, é considerado excelente
orador e já foi eleito pela revista
"People" como "o político mais
sexy dos EUA".
Ex-presidente da empresa Halliburton, dona dos maiores e
mais controversos contratos dos
EUA no Iraque, Cheney, 63, é tido
como um "político das sombras"
por sua relutância em aparecer
em eventos de campanha.
Ontem, antes do debate, tanto
Kerry quando Edwards avisaram
que iriam "cobrar explicações" de
Cheney sobre suas ligações com a
Halliburton e os contratos da empresa no Iraque.
Cheney sempre defendeu, apesar de provas em contrário, que o
ex-ditador Saddam Hussein tivesse relações com a rede terrorista
Al Qaeda e que abrigava terroristas no Iraque.
A expectativa era que o debate
entre os vices, em Cleveland,
Ohio, atraísse um número bem
menor de telespectadores em
comparação ao evento entre Bush
e Kerry -especialmente por causa do início da temporada de jogos de beisebol no país.
Em 2000, o debate entre os candidatos a vice foi visto por 28 milhões de norte-americanos.
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