São Paulo, terça-feira, 06 de outubro de 2009

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Missão do Brasil em Caracas sofre invasão

DA REDAÇÃO

Inspirados na crise em Honduras, três universitários venezuelanos de oposição ao presidente Hugo Chávez entraram ontem na Embaixada do Brasil em Caracas, se amarraram a um sofá e exigiram a intermediação da missão diplomática por uma visita da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) ao país.
Os três passaram o dia no local e só partiram após entregarem uma carta a ser enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Luis Magallanes, um dos estudantes de direito da Universidade de Carabobo que protagonizaram a invasão, afirmou ao canal venezuelano Globovisión que o embaixador brasileiro na Venezuela, Antonio Simões, se comprometeu a enviar o documento a Lula.
A carta pede ajuda para marcar a visita da CIDH à Venezuela -o órgão, braço da OEA, é proibido por Chávez de entrar no país.
O governo venezuelano tem enfrentamentos frequentes com a CIDH, que é crítica da situação dos direitos humanos no país. Em agosto último, a CIDH enviou uma carta a Caracas manifestando "profunda preocupação" também com a falta de liberdade de expressão local.
O documento dos estudantes pede ainda que o Brasil reconheça que há perseguições políticas na Venezuela e que exorte Caracas a pôr fim a elas.
Magallanes afirmou ao jornal "El Universal" que escolheu a Embaixada do Brasil "por se tratar de um país que respeita os direitos humanos" e que tem "boas relações" com Chávez. A outro periódico, o "Nacional", o estudante disse ter tido como exemplo a atuação do Brasil na crise hondurenha.
A entrada dos três provocou esvaziamento da embaixada. Apenas três diplomatas, incluindo o embaixador Simões, permaneceram lá ontem.


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