São Paulo, sexta-feira, 06 de novembro de 2009

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Senador dos EUA suspende veto a embaixador para o Brasil

SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON

O senador republicano que bloqueava a confirmação de dois nomes-chave do governo de Barack Obama para a América Latina, entre eles o do novo embaixador dos EUA para o Brasil, anunciou ontem que suspenderá seu veto.
O conservador Jim DeMint, da Carolina do Sul, disse que faria isso pois foi assegurado pelo governo democrata que a Casa Branca reconhecerá os resultados das eleições hondurenhas, com ou sem a volta de Manuel Zelaya ao poder.
Desde 21 de julho, o político bloqueava os nomes de Thomas Shannon, atual secretário-assistente para o hemisfério Ocidental, indicado por Obama para a Embaixada dos EUA em Brasília, e o acadêmico Arturo Valenzuela, nomeado para sucedê-lo no Departamento de Estado, criando um vácuo na implantação da agenda latino-americana obamista.
"Estou feliz em relatar que o governo de Obama finalmente reverteu sua política hondurenha enganada e que vai reconhecer totalmente as eleições [agendadas para o próximo dia 29]", disse DeMint.
Hillary Clinton e Shannon "me asseguraram que os EUA vão reconhecer o resultado das eleições hondurenhas independentemente da restauração" de Zelaya, continuou. "Eu acredito na palavra do governo e que ele vai ficar ao lado do povo hondurenho e terminar seu foco no desacreditado Zelaya."
Segundo DeMint, crítico da proximidade do hondurenho com o venezuelano Hugo Chávez, sua meta sempre foi "trabalhar com o governo para que essa política fosse revertida".
A declaração acontece dois dias depois de Shannon ter dito à CNN que os EUA reconheceriam a eleição mesmo sem a volta do líder deposto, o que contraria o desejo da maior parte dos países da região, Brasil incluído, e levou Zelaya a escrever carta pedindo que Hillary esclarecesse sua posição.
Até a conclusão dessa edição, a Casa Branca e o Departamento de Estado não tinham se manifestado sobre o fim do veto.
No começo da noite, no entanto, rumores não confirmados davam conta de que outro senador republicano, o novato George LeMieux, da Flórida, teria bloqueado os nomes de Shannon e Valenzuela. Nos escritórios do político, ninguém atendia aos telefones para confirmar ou negar a informação.


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