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Paquistão exporta peças nucleares
DO "NEW YORK TIMES"
O Paquistão forneceu tecnologia para centrífugas que permitiu
à Líbia, nos últimos dois anos,
progressos sensíveis no enriquecimento de urânio para fins militares, revelam assessores do presidente George W. Bush e especialistas ocidentais.
Os informantes sublinham não
ter evidências de que o governo
paquistanês do ditador Pervez
Musharraf, um aliado fundamental dos EUA no combate à rede
terrorista Al Qaeda, estava ciente
da transferência de tecnologia para a Líbia, que há três décadas ajudou a financiar o programa nuclear do Paquistão.
Alguns dos componentes das
centrífugas importados pela Líbia, que a Itália interceptou em
outubro, foram feitos na Malásia.
A cronologia da transferência
dos projetos de centrífuga pelo
Paquistão coloca em dúvida a capacidade do general Musharraf de
fazer cumprir o compromisso
que assumiu com Bush de impedir que seus cientistas participassem da proliferação nuclear.
O compromisso foi assumido
logo após os atentados do 11 de
Setembro. Mesmo assim, tudo indica que a colaboração com a Líbia não foi interrompida, o que
sugere que cientistas paquistaneses prosseguiram no tráfico, depois de explicitamente alertados
para que o interrompessem.
Um dos homens próximos de
Bush disse que, anteriormente,
outras evidências indicavam que
o Paquistão também era fornecedor de equipamentos sensíveis ao
Irã e à Coréia do Norte.
A Líbia concordou em 19 de dezembro em desmobilizar seu programa nuclear, abrindo-o a inspeções internacionais, que já começaram. Mas, na última segunda-feira, o presidente Bush disse que
não suspenderia as sanções contra a Líbia até que "passos concretos" fossem dados.
Bush deixou aberta a porta para
a suspensão das sanções, ao afirmar que "os Estados Unidos tomarão medidas recíprocas e sensíveis se reconhecerem a boa vontade da Líbia".
Os EUA e o Reino Unido se recusam a divulgar oficialmente as
fontes líbias de fornecimento de
tecnologia de enriquecimento de
urânio. Tampouco aceitam revelar a origem de peças que a Líbia
obteve por meio de intermediários. Esses envios são frequentemente difíceis de serem rastreados. As peças originárias da Malásia foram interceptadas em Dubai, que é apenas um porto de
trânsito para tecnologia permitida ou proibida.
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