São Paulo, quarta-feira, 07 de janeiro de 2009

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Mortes infantis ultrapassam uma centena

DA REDAÇÃO

Ainda que conflitantes, as estimativas de crianças palestinas mortas na ofensiva israelense na faixa de Gaza superaram cem ontem, motivando alertas de que os bombardeios e o bloqueio contínuo possa levar a nova geração a apelar à violência.
Em Londres, a ONG Save the Children relatou que sua "estimativa conservadora", feita antes do ataque à escola no campo de refugiados de Jabaliya, era de cem crianças mortas em 11 dias. Fontes médicas de Gaza ouvidas pela agência France Presse contabilizaram 159 crianças, enquanto o "Financial Times" atribuiu a autoridades médicas de Gaza o número de "ao menos 115".
"Quando criança, cresci durante a primeira Intifada [1987-1993] e lançava pedras. A geração seguinte de palestinos produziu homens-bomba suicidas. Não consigo ver a chance de a próxima geração se tornar mais moderada", disse Mahmud Abo Rahma, funcionário do Centro Al Mezan pelos direitos humanos em Gaza.
"Estão aterrorizados. Os bombardeios não param, e não há descanso. Isso pode impactar as crianças por meses ou anos mais. Elas ficam sentadas com seus pais e ouvem rádio, sobretudo a estação controlada pelo Hamas, que só divulga sons de explosões, gritos e noticiário sobre os mortos" afirmou Sajy Elmughanni, coordenador do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
Antes mesmo da ofensiva israelense, cerca de 50 mil crianças sofriam de desnutrição em Gaza -decorrência do bloqueio ao território, cujo crescimento populacional é um dos maiores do mundo (3,42% ao ano), segundo a CIA. Como consequência, 44% do 1,5 milhão de habitantes da faixa de Gaza têm até 14 anos.

Corredor humanitário
O premiê Ehud Olmert anunciou ontem que Israel abrirá um corredor humanitário, possivelmente hoje, para mitigar a crise agravada pela ofensiva no território.
O corredor dará acesso periódico limitado a determinados pontos da faixa de Gaza, a fim de permitir o abastecimento dos palestinos com artigos de primeira necessidade.
Os detalhes do programa seriam definidos pelo setor de operações civis do Ministério da Defesa.


Com agências internacionais e "Financial Times"


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