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ONU suspende ajuda humanitária a Gaza após 2º confisco do Hamas
Para grupo islâmico, houve mal-entendido no desvio de 300 toneladas de comida
DA REDAÇÃO
A UNRWA (agência humanitária da ONU para os refugiados palestinos) suspendeu ontem suas operações na faixa de
Gaza após o confisco de 300 toneladas de mantimentos pelo
Hamas na madrugada. Foi o segundo incidente desta natureza
nesta semana.
Em nota oficial, a entidade
informou que a carga de dez caminhões que entrou em Gaza
pela passagem de Kerem Shalom -100 toneladas de farinha
e 200 de arroz- durante a noite foi levada em território palestino "por caminhões contratados pelo Ministério de Assistência Social" do Hamas.
O grupo, no poder no território palestino, negou o confisco
e disse que houve um mal-entendido entre os motoristas.
O episódio mobilizou Ban Ki-moon, secretário-geral da
ONU. Sua porta-voz disse que o
sul-coreano "exige que o Hamas imediatamente libere o
carregamento de bens humanitários que tomou e que não interfira na distribuição de assistência humanitária". Ela disse
que a ONU quer garantias que
tais ocorrências não se repitam.
"Na terça-feira, 3.500 cobertores e mais de 400 pacotes de
comida foram levados, sob a
mira de armas, de um depósito
em Gaza. A UNRWA exige a
restituição desses bens também", diz a nota da entidade.
Em um comunicado, o grupo
islâmico acusou "os meios de
comunicação de massa" de terem publicado informações
imprecisas sobre o episódio de
ontem. Ressaltando que o Hamas deseja manter uma boa relação com a UNRWA, o texto
afirmou que o incidente "já foi
resolvido, por meio do contato
direto" com a agência da ONU.
Entretanto Christopher
Gunness, porta-voz da entidade humanitária em Gaza, negou essa versão e reiterou que a
suspensão das atividades da
UNRWA prosseguirá "até que a
ajuda seja devolvida e a agência
tenha garantias críveis do governo do Hamas em Gaza de
que a situação não se repetirá".
No dia 8 de janeiro, após ataques israelenses contra suas
instalações e colaboradores, a
UNRWA também suspendeu
suas atividades em Gaza, em
meio à ofensiva de Israel contra
o Hamas, que durou 22 dias e
deixou mais de 1.300 palestinos
mortos. No dia seguinte, anunciou a retomada das operações
após ter recebido garantias do
Exército israelense.
Com agências internacionais
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