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Potências não confiam em acordo com o Irã
EUA e Alemanha rejeitam declarações otimistas de Teerã e negam avanço em diálogo para troca de urânio
DA REUTERS
Washington e Berlim rejeitaram ontem a ideia de que esteja
próximo um acordo em torno
da troca de urânio entre o Irã e
as potências do P5+1 (China,
Rússia, França e Reino Unido,
além de EUA e Alemanha).
No decorrer da semana, o
presidente iraniano, Mahmoud
Ahmadinejad, disse que seu
país está disposto a enviar o
urânio para o exterior, e anteontem o chanceler do Irã,
Manouchehr Mottaki, expressou otimismo quanto à proximidade de um acordo.
Mottaki, no entanto, citou
precondições inaceitáveis para
as potências -a de que a troca
de urânio pouco enriquecido
iraniano pelo combustível mais
enriquecido, adequado para
fins medicinais, aconteça de
maneira simultânea, e a de que
seja o Irã quem defina a quantidade envolvida na operação.
O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, James
Jones, chamou de "confusas"
as declarações iranianas -antes das novas exigências de
Mottaki, Ahmadinejad dissera
não ver problema em esperar
"quatro ou cinco meses" para
receber o urânio de volta após
enviá-lo ao exterior.
Jones disse ainda que cresce
o consenso internacional em
torno de novas sanções econômicas contra Teerã por causa
de seu programa nuclear -que
o Ocidente suspeita ter como
fim a produção de uma bomba
atômica, o que o Irã nega.
"Não sinto que estejamos
próximos de um acordo", disse
em Ancara (Turquia) o secretário da Defesa americano, Robert Gates. A Turquia foi cogitada durante a semana como
uma possibilidade de ser o destino para onde o urânio enviaria o Irã, outro tópico de discórdia. A opção turca é defendida
inclusive pelo Brasil, que também foi citado por autoridades
iranianas como um possível eixo da operação de troca.
A Alemanha também questionou a possibilidade de troca
de urânio e afirmou que o Irã
até hoje não conseguiu dissipar
o ceticismo acerca de suas intenções nucleares.
Ontem, o chanceler Mottaki
disse ter tido uma conversa reservada "muito boa" com o chefe da agência atômica da ONU,
Yukiya Amano, durante a 46ª
Conferência de Segurança de
Munique, espécie de encontro
de Davos da geopolítica, que
neste ano discute o programa
nuclear iraniano.
Mas Amano não demonstrou
o mesmo otimismo. Ele disse
que a conversa com Mottaki
serviu apenas para "compartilhar impressões" e afirmou que
o Irã não apresentou nenhuma
proposta acerca de uma eventual troca de urânio.
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