São Paulo, domingo, 07 de março de 2004

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Política entrou cedo na vida do pré-candidato

DE WASHINGTON

John Forbes Kerry, 60, costuma citar o escritor francês André Gide (1869-1951) para se definir: ""Não tente me entender muito rapidamente", costuma dizer.
Kerry afirma que compreendeu cedo a influência que a política pode ter sobre a vida das pessoas.
Filho de um diplomata americano baseado em Berlim, aos 11 anos Kerry vivenciou a Alemanha devastada pela guerra e, estudando na Suíça, aprendeu a viajar de trem nos finais de semana.
Na adolescência, seu pai o obrigava a velejar com os olhos vendados para que não se perdesse em um dia de nevoeiro.
""Quando viaja sozinho aos 12 anos e tem esse tipo de educação, você acaba ganhando muita confiança e resistência", afirma.
Os atributos renderam duas importantes condecorações por sua atuação, no final dos anos 60, como comandante de um barco no rio Mekong, no Vietnã.
Kerry foi à guerra como voluntário e voltou como porta-voz de veteranos irados. Em 1971, iniciaria sua trajetória política com um emocionado depoimento no Senado contra a guerra.
No ano seguinte, concorreu ao Congresso como ""candidato pela paz". Perdeu e só voltou à Casa, já como senador, em 1984.
Em 1992, durante a Eco-92 no Rio, Kerry encontrou ""o amor de sua vida", a milionária e moçambicana Teresa Heinz, 65, viúva do senador republicano e dono de um império de alimentação, John Heinz, morto em 91.
John e Teresa se casaram em 1995 em uma das casas da noiva na sofisticada ilha de Nantucket, em Massachusetts. Em novembro passado, Kerry aparecia em quarto lugar entre entre os dez pré-candidatos do Partido Democrata. Suas fontes de financiamento de campanha secaram.
Como solução, Kerry hipotecou uma das residências do casal no valor de US$ 6,4 milhões e ganhou fôlego para continuar em frente. Como mostraram os resultados da semana passada, o dinheiro fez a diferença. (FCz)


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