São Paulo, sexta-feira, 07 de março de 2008

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Australianos são seqüestrados na China

Em caso raro no país, turistas viram reféns por 3 horas; seqüestrador foi morto pela polícia após liberá-los

RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM

O seqüestro de dez australianos em Xian por um homem armado com explosivos, morto pela polícia após liberar os reféns, levou a Chancelaria chinesa a afirmar ontem que o país não oferece perigo aos turistas estrangeiros que visitarão Pequim durante a Olimpíada.
Nem o Ministério das Relações Exteriores da China, nem a embaixada da Austrália em Pequim deram maiores detalhes sobre o seqüestro dos agentes de viagens australianos, que recebeu cobertura mínima da mídia estatal chinesa.
Só ontem, após a notícia ganhar muito destaque na Austrália, que o governo chinês decidiu falar mais sobre o assunto, com uma cobertura um pouco maior nos jornais chineses.
O homem foi morto a tiros pela polícia depois do seqüestro de três horas em uma das cidades turísticas mais visitadas do país. Os reféns australianos, que faziam uma viagem de reconhecimento dos destinos turísticos do país, não foram feridos e partiriam ontem mesmo de Xangai de volta à Austrália.
"Não vejo esse caso como constrangimento para a China porque essas coisas acontecem em qualquer país, e o que importa é como se lida com esses casos", disse o porta-voz da Chancelaria, Qin Gang.
"Comparada a outros países, a China é um destino mais seguro para os turistas."

Tensão olímpica
O seqüestro acontece a cinco meses da Olimpíada de Pequim, que espera receber cerca de 500 mil visitantes estrangeiros. Para o governo chinês, há enorme preocupação quanto à imagem do país perto da realização da Olimpíada. O evento é considerado como a grande oportunidade para o país exibir o seu estágio de desenvolvimento para o mundo.
Não são conhecidos a profissão do seqüestrador nem o motivo do ataque. Os únicos detalhes foram revelados por parentes e amigos dos reféns na Austrália. "Quando ele tomou o ônibus, muita gente conseguiu fugir. Ninguém entendia o que ele falava, mas sabiam que tinha algo errado. Após dar algumas voltas, ele abriu o casaco e tinha explosivos amarrados pelo corpo", disse Sue Wynne, colega do refém Rhiannon Dunkley, à Associated Press.
Nove dos reféns deixaram o ônibus rapidamente, mas uma mulher de 48 anos e a intérprete do grupo ficaram no ônibus, já cercado pela polícia, por duas horas. A polícia de Xian não divulgou nenhum detalhe sobre o seqüestrador morto, além de seu nome, Xia Tao.
A violência contra turistas é rara na China. O chanceler australiano, Stephen Smith, disse que o seqüestro é um "evento incomum na China" e que seu país pediu um relatório detalhado sobre o que aconteceu.
Mas o governo australiano apenas alerta que há assaltos e furtos em áreas turísticas de Pequim e Xangai.
Um estudo divulgado ontem pela Organização Mundial do Turismo revela que o turismo na China deve geral US$592 bilhões neste ano.


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