|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Acuado por Hillary, estrategista-chefe pede demissão
Na sexta, vazou encontro de Mark Penn com embaixadora da Colômbia para aprovar acordo comercial a que senadora diz se opor
DA REDAÇÃO
O estrategista-chefe da campanha de Hillary Clinton, Mark
Penn, pediu demissão ontem à
noite, pressionado pela própria
pré-candidata. Na sexta-feira
foi revelado que ele se encontrou com a embaixadora da Colômbia para discutir o TLC
(Tratado de Livre Comércio)
entre aquele país e os EUA. A
pré-candidata é publicamente
contra o acordo.
"Depois dos eventos dos últimos dias, Mark Penn pediu para deixar o cargo de estrategista-chefe da campanha de Hillary", disse, num comunicado,
Maggie Williams, coordenadora da campanha da democrata.
"A senadora Clinton ficou
desapontada que os encontros
com os colombianos tenham
acontecido", disse um membro
de sua campanha sob condição
de anonimato. "Ao longo do fim
de semana, Penn reconheceu
que deveria sair."
O "Wall Street Journal" divulgou que Penn, também executivo-chefe da empresa de
lobby Burson-Marsteller, havia
se encontrado com a embaixadora da Colômbia em Washington, Carolina Barco, em 31 de
março, para traçar a estratégia
de como convencer deputados
americanos a aprovar o TLC.
Penn afirmou reconhecer o
erro e pediu desculpas na própria sexta-feira. No dia seguinte, a Colômbia rompeu o contrato com a Burson-Marsteller,
pelo qual pagou US$ 300 mil.
A senadora, assim como muitos democratas, diz-se contra o
TLC com a Colômbia por acreditar que ele seja injusto com os
trabalhadores americanos.
Muitos sindicatos no país são
contrários ao TLC, e apoiá-lo
significaria perda de votos. Vários sindicalistas já haviam pedido a saída de Penn, que ocorre duas semanas antes das primárias da Pensilvânia, na série
final de disputas para a nomeação do candidato democrata.
Penn, que trabalha com o casal Bill e Hillary Clinton há
mais de dez anos, é acusado de
ser o responsável por colocar a
senadora atrás de Barack Obama na corrida.
Ainda na ativa
Williams deixou claro que a
empresa de Penn -a Penn,
Schoen & Berland Associados-
seguirá aconselhando a senadora. O pesquisador Geoff Garin e o diretor de comunicação
Howard Wolfson serão os responsáveis para que "a campanha continue".
A maioria dos membros da
campanha de Hillary não gosta
de Penn por sua fama de se autopromover em demasia e por
ele nunca ter afrouxado os laços com a Burson-Marsteller.
Entre outros clientes de
Penn estão a Countrywide Financial, a maior empresa dos
EUA de concessão de crédito
imobiliário, um ramo que Hillary já criticou. A Burson-Marsteller também deu conselhos à Blackwater, a empresa de segurança privada que é investigada pelo governo americano
por matar civis no Iraque.
Com "The New York Times" e agências internacionais
Texto Anterior: Candidatos atacam seus financiadores Próximo Texto: Sucessores definirão o escudo antimísseis Índice
|