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Sucessores definirão o escudo antimísseis
Em fim de mandato, Putin e Bush não chegam a acordo sobre sistema que EUA querem
Presidentes assinaram documento que prevê possível cooperação russa; para o Kremlin, significa que houve "algum progresso"
DA REDAÇÃO
Trocando elogios, o presidente americano, George W.
Bush, e o russo, Vladimir Putin,
encontram-se ontem pela última vez antes de os dois deixarem seus cargos. E empurraram o polêmico escudo antimísseis que os EUA querem no
Leste Europeu, já aprovado pela Otan (aliança militar ocidental), para seus sucessores.
"Nossa atitude em relação ao
plano americano não mudou",
disse Putin, que continuará no
poder como primeiro-ministro
depois de 7 de maio, quando
passa o cargo para Dmitri Medvedev. "Ainda temos um longo
caminho a percorrer", afirmou
Bush, que depois se encontrou
a sós com Medvedev.
O conselheiro de Bush para
segurança, Stephen Hadley,
disse, já no avião voltando a
Washington, que o assunto será deixado para os próximos
presidentes. Segundo Hadley,
Bush em breve negociará com
Medvedev, ainda que tenha sugerido que Putin continuará
envolvido nas negociações. "Isso parece algo bom."
No 28º encontro entre Putin
e Bush, o russo disse que o plano americano -com radares na
República Tcheca e interceptores na Polônia- é o tema mais
difícil sobre o qual os dois países devem concordar. O sistema foi desenhado para barrar
mísseis em grandes altitudes.
Em nome de um legado positivo para os sucessores -Bush
deixa a Casa Branca em janeiro-, os dois assinaram um documento de nove páginas que
traça um "mapa" das futuras
relações entre os EUA e a Rússia. Também há a perspectiva
de uma cooperação futura, o
que significa que, nas palavras
de Putin, "algum progresso foi
feito". "Se conseguirmos alcançar esse nível de cooperação sobre um sistema global de defesa
de mísseis, esse será o melhor
resultado de todos os nossos
esforços anteriores", afirmou o
presidente russo.
Bush reiterou a necessidade
do bloqueio antimísseis. Disse
que ele não deve ser visto como
uma ameaça à Rússia e, numa
clara referência ao Irã, afirmou
que o sistema protegeria a Europa de "regimes que podem
nos tornar reféns".
Com agências internacionais, "The New York
Times" e "Financial Times"
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