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Obama não descarta falar com Chávez
Presidente tratará a todos com respeito na Cúpula das Américas e espera reciprocidade, diz diplomata
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
O presidente Barack Obama
não exclui a possibilidade de falar com seu colega venezuelano
Hugo Chávez durante a 5ª Cúpula das Américas, que acontece no fim da semana que vem
em Trinidad e Tobago.
"A agenda do presidente não
está definida ainda", disse Jeffrey Davidow, enviado especial
do novo governo para o evento.
"Eu acho, no entanto, que é justo dizer que a estrutura do encontro oferece amplas oportunidades para discussões entre
os presidentes."
A Folha revelou na sexta que
o governo brasileiro tenta promover um encontro bilateral
entre Chávez e Obama em Trinidad e Tobago, decorrência de
um pedido do venezuelano ao
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. Indagado sobre a possibilidade, Davidow explicou a estrutura do evento e concluiu
que haverá "amplas oportunidades para discussões".
"Há três sessões plenárias,
várias refeições, e uma sessão
em que são os chefes de Estado
apenas, ninguém mais, 34 homens e mulheres na sala. Então
haverá amplas oportunidades
para discussões", respondeu.
"Eu sei que o presidente está
interessado em falar com todos
os seus colegas".
Desde a eleição de Obama, o
venezuelano vem dando declarações ciclotímicas sobre o democrata, ora de elogios pelo
feito, ora de críticas pelo continuísmo que ele representaria
em relação a George W. Bush.
Desde que assumiu a Casa
Branca, no entanto, Obama
vem acenando com mudanças
na política externa americana,
que incluiu distensão em relação ao Irã. Nesse contexto, a
aproximação entre EUA e Venezuela interessa aos dois países. Para Obama, neutralizaria
a bandeira antiamericana levantada por Chávez na região.
Para Chávez, garantiria a continuidade de relações com o país
que, apesar da retórica, é seu
principal parceiro comercial.
Já o papel do Brasil seria, nas
palavras de um diplomata brasileiro, de "honest broker", um
mediador neutro.
Indagado sobre o fato de os
governos da Venezuela e da Bolívia terem expulsado recentemente os embaixadores norte-americanos, Davidow chamou
a situação de "não-natural" e
disse esperar que mude. "Nosso objetivo é ter bom trabalho e
relações diplomáticas com todos os países da região", afirmou, durante entrevista pela
manhã na sede do Departamento de Estado.
"O presidente vai à Cúpula e
espera tratar todos os presidentes com a dignidade e o respeito que eles merecem e espera reciprocidade."
Sobre o recente noticiário de
que os EUA devem afrouxar
mais as restrições de viagem e
remessa de dinheiro a Cuba,
Davidow disse que "não se surpreenderia" se o anúncio oficial acontecer antes do evento.
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