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Gates propõe novas prioridades para gastos do Pentágono
Proposta orçamentária de secretário de Obama põe foco principal em combate à insurgência no Iraque, no Afeganistão e no Paquistão
Programas de defesas de mísseis e outros tachados de herança da Guerra Fria terão verbas reduzidas, anuncia secretário da Defesa dos EUA
DO "NEW YORK TIMES"
O secretário da Defesa dos
EUA, Robert Gates, anunciou
ontem uma ampla reformulação no Orçamento do Pentágono, com cortes profundos em
muitos sistemas de armas tradicionais, mas bilhões de dólares adicionais em verbas para
novas tecnologias destinadas a
combater as insurgências no
Iraque e Afeganistão.
A decisão representa a primeira grande reforma na estratégia militar americana no governo de Barack Obama, que
deseja gastar mais dinheiro no
combate ao terrorismo no Iraque e Afeganistão e menos em
preparativos para guerra convencional contra grandes nações como a Rússia ou a China.
Gates anunciou cortes nos
programas de defesa contra
mísseis e disse que irá reformular o programa Sistemas de
Combate Futuros, do Exército,
uma combinação de sensores
robotizados e novos veículos de
combate de custo avaliado em
US$ 160 bilhões. A expectativa
é de que o número de veículos
seja reduzido, mas o Pentágono
provavelmente levará adiante a
produção dos sensores, cujo
objetivo é proteger os soldados
ao lhes dar informações melhores sobre o campo de batalha.
Mas ele propôs gastar US$ 11
bilhões adicionais para concluir a expansão do Exército e
dos fuzileiros navais e suspender as reduções na Força Aérea
e na Marinha. Também anunciou US$ 2 bilhões adicionais
para equipamento de inteligência e vigilância, o que incluiria
mais gastos com as unidades de
forças especiais e 50 novos
aviões não tripulados Reaper e
Predator, hoje usados em Paquistão, Afeganistão e Iraque
para ataques a extremistas.
O secretário também anunciou que não toleraria o tipo de
alocação orçamentária suplementar, fora do Orçamento regular, que se tornou comum para cobrir os custos das guerras
no Iraque e Afeganistão no governo de George W. Bush. "Precisamos agir de maneira a impedir sistemas de custeio improvisados", disse Gates.
Ele afirmou que usaria o Orçamento do Departamento da
Defesa para o próximo ano fiscal, que começa em 1º de outubro, para implementar o que vê
como uma profunda mudança
cultural no Pentágono, especialmente na forma pela qual
são distribuídos os bilhões de
dólares em verbas anuais de desenvolvimento de armas, entre
os quais algumas concebidas e
construídas para a era da Guerra Fria, visando combater um
inimigo que já não existe.
Gates enfatizou que solicitaria aumento de verbas para pelo menos alguns dos programas
do Pentágono. "Todo o mundo
está concentrado no fato de que
ele está promovendo cortes",
diz Bryan Whitman, porta-voz
do Pentágono. "Mas também
haverá muita expansão das capacidades de que precisamos."
"Ele tomou algumas decisões
estratégicas importantes quanto à maneira pela qual pretende
recomendar ao presidente que
apliquemos os recursos deste
departamento", disse Whitman. "E isso não vai incluir todos os programas. É simplesmente impossível".
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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