São Paulo, quinta-feira, 07 de abril de 2011

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Aliança ocidental admite dificuldade para atacar Gaddafi

Criticada por rebeldes líbios após assumir chefia de ação militar, Otan alega que governo usa civis como escudos

Em carta, ditador pede a Obama fim de ataques; barco com fugitivos da Líbia naufraga perto da Itália e 250 desaparecem

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Otan, aliança militar ocidental, admitiu dificuldades nos ataques às forças do ditador Muammar Gaddafi desde que substituiu a coalizão EUA/Reino Unido/França na chefia da operação militar na Líbia, na semana passada.
Os rebeldes líbios vêm perdendo o terreno que haviam conquistado no início dos bombardeios aliados, há 19 dias, e se queixam cada vez mais de inação da aliança.
Ontem, os insurgentes tentavam recuperar Brega, cidade portuária de onde foram expulsos pelos governistas.
Carmen Romero, porta-voz da Otan, insistiu em que o ritmo dos ataques não mudou, mas reconheceu que novas táticas do ditador dificultaram a operação militar.
"As forças de Gaddafi estão usando veículos não militares, escondendo tanques em cidades como Misrata [bastante povoada] e fazendo civis de escudos humanos."
Segundo o chanceler da França, Alain Juppé, está mais difícil para os pilotos da Otan distinguir os civis dos soldados de Gaddafi.
Numa carta em que chama o presidente dos EUA de "filho" e "excelência", Gaddafi pediu a Barack Obama que ordene o fim da "guerra injusta contra o povo líbio" e lhe desejou sorte na sua tentativa de reeleição em 2012.
Jay Carney, secretário de imprensa da Casa Branca, confirmou o recebimento e disse que as condições de Obama são as mesmas.
Um enviado do governo, Chris Stevens, viajou a Benghazi, a capital rebelde, para conversar com os insurgentes; ao mesmo tempo, um ex-deputado republicano, Curt Weldon, foi a Trípoli a convite de Gaddafi para tentar negociar com os governistas.

NAUFRÁGIO
Um barco que levava mais de 300 fugitivos dos conflitos na Líbia virou em alto-mar a 64 km da ilha italiana de Lampedusa, mais próxima da África do que da Sicília. Até a noite de ontem, havia cerca de 250 passageiros desaparecidos; 48 foram resgatados pela guarda costeira.


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