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Obama recebe aliados e exibe apoio irrestrito
DA REDAÇÃO
O presidente americano, Barack Obama, prometeu lealdade aos governos aliados em Islamabad e Cabul, elogiou o
compromisso de ambos no
combate ao extremismo e encerrou sem admoestações públicas o encontro trilateral sobre o avanço da insurgência islâmica, realizado ontem em
Washington.
"Os Estados Unidos têm um
compromisso duradouro de
apoiar os governos democraticamente eleitos do Afeganistão
e do Paquistão", afirmou Obama, que prometeu um "dramático aumento no auxílio civil"
para reforçar a capacidade de
ação dos dois Estados.
A nova estratégia da Casa
Branca para a Guerra do Afeganistão enfatiza o elo entro o extremismo dos dois lados da
fronteira. O plano prevê aumento do contingente militar
no país, tanto ocidental quanto
afegão, e o aumento da ajuda financeira a Cabul e Islamabad.
A reunião buscou promover
uma aproximação entre os presidentes paquistanês, Asif Ali
Zardari, e afegão, Hamid Karzai, e fomentar ações conjuntas
de combate ao terrorismo. Há
planos de estabelecer encontros trilaterais e reuniões de
cooperação regularmente.
Tanto Zardari quanto Karzai
chegaram a Washington fragilizados pela falta de apoio interno, pela insegurança e pela crônica ausência do Estado em regiões remotas, como a porosa
fronteira, bastião de radicais.
Com retórica suave, Obama
evitou escaramuças com Cabul
e Islamabad. "Estou muito satisfeito que esses dois homens,
líderes eleitos do Afeganistão e
do Paquistão, compreendem
inteiramente a seriedade das
ameaças que enfrentamos e tenham reafirmado o compromisso de combatê-la", disse o
presidente americano.
Cordialidade
Zardari e Karzai não deram
entrevistas imediatamente
após a reunião. Mas, ao deixarem o palco compartilhado
com Obama, trocaram tapinhas cordiais nas costas. Os
países têm relações difíceis e se
responsabilizam mutuamente
pelo avanço do extremismo.
Cabul acusa Islamabad de
negligenciar o combate ao terrorismo em seu território. Já o
Paquistão aponta os extremistas do país vizinho, expulsos
pela ofensiva ocidental, entre
os principais responsáveis pelo
aumento da violência.
A ausência de críticas públicas, feitas com frequência pelos
EUA aos dois governos aliados,
marcou o encontro.
Obama não se pronunciou
sobre a escolha de um ex-comandante da Aliança do Norte
suspeito de violações humanitárias como vice de Karzai, que
disputará um segundo mandato. A nomeação, anunciada na
segunda-feira, contrariou diplomatas ocidentais.
O suposto jogo duplo dos
agentes da inteligência paquistaneses e a segurança das bombas atômicas do país, temas que
preocupam Washington, tampouco foram mencionados.
"Não basta nos posicionarmos contra os que querem destruir o Paquistão. Nós precisamos nos posicionar a favor daqueles que querem construir o
Paquistão", arrematou Obama.
Até a secretária de Estado
americana, Hillary Clinton, a
quem até o momento couberam as críticas mais duras do
governo Obama ao Paquistão,
aderiu ao clima conciliatório.
"A construção da confiança,
necessária para essa relação se
tornar uma cooperação tangível, está avançando", avaliou
Hillary, que na semana passada
classificou o Paquistão como
"ameaça à segurança global".
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