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Otan inicia exercício na Geórgia, e Rússia expulsa diplomatas
Medidas minam aproximação ensaiada entre Moscou e aliança militar ocidental, atritados desde a guerra de 2008
Kremlin diz que o exercício militar é "demonstração de força"; para Otan, medida russa é "contraproducente" para retomada do diálogo
DA REDAÇÃO
No mesmo dia em que a Otan
iniciou exercícios de um mês
na Geórgia, a vizinha Rússia expulsou ontem dois funcionários canadenses da aliança militar ocidental em retaliação a
medida similar da organização
na última semana.
Os eventos comprometem a
reaproximação ensaiada entre
Moscou e a Otan após o congelamento das relações em agosto
do ano passado. Na ocasião, a
aliança reagiu ao que considerou resposta desproporcional
da Rússia no conflito com a
Geórgia em torno do território
separatista da Ossétia do Sul.
A Otan diz que os exercícios,
dos quais participarão 14 países
-incluindo não membros, como a Geórgia-, estão previstos
há um ano. A aliança afirma serem pacíficas as movimentações e alega ter convidado a
Rússia para integrá-las.
Mas Moscou diz que as atividades são "demonstração de
força" e serão entendidas como
manifestação de apoio ao país
que iniciou o conflito de seis
dias em agosto do ano passado,
quando invadiu a Ossétia do
Sul para reprimir separatistas.
Anteontem, o chanceler russo, Serguei Lavrov, cancelou
participação em encontro da
Otan previsto para o dia 19.
Ontem, a Rússia anunciou a
expulsão da chefe do escritório
de informação da organização
em Moscou e de seu vice. A medida retalia a expulsão de dois
diplomatas russos da sede da
Otan na semana passada, por
suspeita de espionagem.
O secretário-geral da Otan,
Jaap de Hoop Scheffer, disse
que "a medida russa é contraproducente para os nossos esforços de restabelecer o diálogo
e a cooperação". Já o Canadá a
qualificou de "injustificável" e
convocou o embaixador russo
para dar explicações.
Lavrov disse que o país agiu
"dentro das regras do jogo".
"Nossos sócios da Otan não deviam esperar nada diferente."
Anteontem, Tbilisi disse ter
debelado motim em base militar que visava desestabilizar o
presidente Mikhail Saakashvili
e comprometer os exercícios da
Otan, acusando a Rússia -que
refutou a imputação.
Ontem policiais e manifestantes se enfrentaram na capital georgiana. O choque deixou
feridos, sem gravidade. Opositores protestam contra a atuação de Saakashvili no conflito
com a Rússia e criticam seu governo, que acusam de ser antidemocrático.
Com agências internacionais
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