São Paulo, sábado, 07 de maio de 2011

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Repressão síria a manifestantes deixa mais 27 mortos

Em resposta a violência do regime, União Europeia segue governo dos EUA e deve adotar sanções contra autoridades de Damasco

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Em mais um dia de sangrenta repressão aos protestos na Síria pela saída do ditador Bashar Assad, forças de segurança voltaram a atirar em manifestantes, deixando ao menos 27 mortos em várias cidades do país.
O regime de Assad mantém a estratégia de esmagar a oposição nas ruas apesar da pressão internacional, que cresceu ontem com a decisão da União Europeia (UE) de impor sanções a altas autoridades do governo sírio.
A medida visa congelar bens e impedir a entrada em território da UE de 14 altos funcionários do governo.
Apesar da pressão de alguns países, Assad não está contemplado na medida, que entrará em vigor na segunda-feira, ao menos que algum dos 27 países-membros do bloco se oponha à sua implementação.
A UE também anunciou ontem que cogita suspender todos os acordos de ajuda econômica e financeira ao regime de Assad.
Os Estados Unidos já haviam adotado sanções semelhante na semana passada.
A ONU abriu inquérito, com apoio aberto do governo brasileiro, para investigar a repressão na Síria.
Protestos de opositores, inspirados nas revoltas que derrubaram ditadores na Tunísia e no Egito no início do ano, já deixaram ao menos 580 mortos e centenas de feridos, segundo contagem feita por ONGs de direitos humanos síria e internacionais.
Diplomatas dizem que cerca de 7.000 pessoas foram presas, muitas delas de forma arbitrária, desde o início dos protestos em março.
As manifestações de ontem haviam sido convocadas pela oposição sob o título de "sexta-feira do desafio" e começaram após as orações do meio dia -sexta é dia sagrado dos muçulmanos.
Dezenas de milhares de pessoas foram às ruas, contrariando a advertência lançada pelo governo, que recentemente aboliu o regime de exceção mas disse que só permitiria manifestações autorizadas pela polícia.
Os confrontos mais violentos ocorreram em Homs, onde 15 manifestantes morreram, segundo relato de testemunhas feitos por telefone a agências de notícias -jornalistas independentes foram expulsos do país.
Há relatos de tanques disparando contra a multidão e de uso de armas pesadas contra manifestantes.
Também houve mortes em Deir al Zor e Hana.

REGIME LAICO
O regime de Bashar Assad, um ditador laico membro da minoria xiita alauíta, atribui os protestos a grupos manipulados pela rede terrorista Al Qaeda, sunita.
Embora a Síria não seja rica nem populosa, o país tem peso geopolítico considerável, já que tem forte influência sobre o vizinho Líbano e é o maior aliado do Irã no Oriente Médio.


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