DA REDAÇÃO

A Igreja Católica precisa aprimorar a seleção dos candidatos a padre e garantir que eles obedeçam às regras eclesiásticas, segundo um documento divulgado recentemente pelo Vaticano.
Embora o tema dominante seja estritamente religioso e não haja nenhuma menção direta aos casos de envolvimento de padres em abusos sexuais, o documento, intitulado "Partir de Cristo, um Renovado Compromisso da Vida Consagrada no Terceiro Milênio", argumenta que os candidatos a padre devem ser escolhidos cuidadosamente caso manifestem a intenção de tornar realidade sua suposta vocação.
A onda de escândalos sexuais que abalou a igreja recentemente -e levou à renúncia de bispos- fortaleceu a voz dos que reivindicam a aceitação de padres casados, mas o Vaticano alega que não há ligação entre a obrigatoriedade do celibato clerical e a pedofilia.
Apesar da ausência de uma abordagem explícita desse tema, a igreja pondera que "as dificuldades e o questionamento que a vida religiosa experimenta atualmente" devem garantir um quadro mais criterioso na ordenação, com recomendações claras para que a seleção seja cuidadosa. Assim, o documento (com 57 páginas) defende um "discernimento pacífico" na análise dos candidatos com o intuito de "verificar a autenticidade da vocação" e antever "possíveis contradições".
"Os jovens precisam ser desafiados para atender aos ideais elevados de uma adesão radical a Cristo e às profundas exigências da santidade", afirma o Vaticano.
Aprovado pelo papa João Paulo 2º, o documento ressalta que aqueles que almejam a vida religiosa têm de aceitar plenamente "a castidade, a pobreza e a obediência", descritas como "um antídoto poderoso contra a poluição do espírito, da vida e da cultura" -a sociedade moderna trouxe muitos desafios aos padres e às freiras, argumenta.
O papa lamentou a queda nas vocações várias vezes e disse que, "quanto mais numerosos os laicos, mais necessária a presença dos sacerdotes". (PDF)


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