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SAIBA MAIS
Colunista que revelou nome de espiã segue livre
DA REDAÇÃO
A maior incógnita no caso
Judith Miller paira sobre o
colunista conservador Robert Novak, o primeiro a revelar que Valerie Plame
-cujo marido criticara o
governo dos EUA- era
uma agente secreta. Enquanto a repórter do "New
York Times", que nunca divulgou o nome da espiã, foi
presa ontem por se recusar a
revelar quem vazara a identidade secreta, Novak nunca
sofreu ameaça de prisão ou
intimação públicas.
O caso eclodiu em julho de
2003, quando Novak escreveu em sua coluna -publicada por centenas de jornais,
inclusive o "Washington
Post"- que Plame era agente secreta. Citou, na ocasião,
"duas fontes no governo".
Para o marido da espiã, o
ex-embaixador Joe Wilson,
trata-se de retaliação do governo. Uma semana antes de
o nome de sua mulher vazar
e a vida dela ser posta em risco, ele denunciara que eram
falsos os documentos usados para acusar o ex-ditador
Saddam Hussein de tentar
comprar urânio do Níger,
uma das justificativas dos
EUA para invadir o Iraque.
O Departamento da Justiça abriu inquérito dois meses depois para descobrir
quem vazara a identidade,
crime punível com até dez
anos de prisão. Após investigações, a Promotoria intimou, em maio de 2004, Matthew Cooper, da "Time",
que publicara o nome de
Plame depois de Novak. Em
agosto do mesmo ano foi a
vez de Miller, que também
teve acesso às fontes.
Ambos se negaram a falar.
Até que, depois da rejeição
de sucessivas apelações e de
a Suprema Corte ter se recusado a ouvir o caso, a "Time"
decidiu revelar as fontes.
Cooper, pressionado, cedeu. Miller manteve a posição e foi presa. Já Novak, criticado por colegas, prometeu "revelar tudo" quando o
caso for resolvido. E disse ser
contra a prisão da jornalista.
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