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VÍTIMAS DO HOLOCAUSTO
Contas em bancos suíços pertenceriam a mortos durante a Segunda Guerra Mundial
Comissão acha 54 mil contas na Suíça
das agências internacionais
Uma comissão que investigou
por três anos denúncias de que os
bancos suíços teriam se apropriado do dinheiro de vítimas do Holocausto anunciou ter encontrado
cerca de 54 mil contas suspeitas
de pertencer a pessoas mortas durante a Segunda Guerra.
O relatório final da comissão,
porém, afirma não ter encontrado provas sobre uma suposta
conspiração dos bancos da Suíça
para roubar o dinheiro de judeus
exterminados por Hitler.
A comissão, criada por entidades judaicas e pelos bancos suíços, disse não ter condições de
calcular a quantia acumulada nessas contas.
Mas afirmou que a indenização
de US$ 1,25 bilhão oferecida pelos
bancos para encerrar uma batalha
jurídica nos EUA, no ano passado, deve cobrir o valor das contas
encontradas.
Representantes dos bancos
aprovaram o resultado das investigações. "Provou-se que as dramáticas acusações levantadas há
quatro anos não tinham fundamento", disse Georg Krayer, presidente da Associação dos Banqueiros da Suíça.
O relatório alivia as acusações
contra os banqueiros, mas não
limpa completamente a imagem
dos bancos. Segundo o que foi
apurado, muitas instituições bancárias dificultaram a vida de sobreviventes do Holocausto e de
familiares de vítimas que buscaram informações sobre as contas.
"O resultado da investigação
mostra que todas as reivindicações feitas foram justas. Mostra
que o acordo (de US$ 1,25 bilhão)
era certamente necessário e, no
mínimo, justo", afirmou o secretário-geral do Congresso Judaico
Mundial, Israel Singer.
A comissão recomenda que os
nomes dos titulares de 25 mil contas sejam levados a público, para
que seus herdeiros possam buscar
ressarcimento. São as contas com
mais probabilidades de serem de
vítimas do nazismo.
Para isso, os bancos suíços teriam de abrir mão do sigilo bancário, o que já ocorreu anteriormente em duas ocasiões, quando
foram publicadas listas de nomes
dos proprietários de contas inativas.
Cerca de 650 auditores, chefiados pelo ex-diretor do Federal Reserve (banco central dos EUA)
Paul Volcker, reviraram os arquivos dos bancos suíços atrás das
contas das vítimas do nazismo.
Eles conseguiram rastrear o
destino de cerca de 60% das contas existentes ao final da Segunda
Guerra, em 1945.
Em milhares de casos, o dinheiro das contas inativas acabou
após anos de pagamentos de taxas de serviço bancário. Em muitos casos, os valores contidos nas
contas não reivindicadas foram
simplesmente incorporados aos
lucros dos bancos.
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