São Paulo, quarta-feira, 08 de janeiro de 2003

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ONU já prevê fome no Iraque com a guerra

DA REDAÇÃO

Um relatório confidencial da ONU (Organização das Nações Unidas) prevê que 1 milhão de civis iraquianos poderão se refugiar em países vizinhos (900 mil no Irã) e outros 2 milhões poderão ficar sem casa dentro do país no caso de um ataque militar. De 4,5 milhões a 9,5 milhões de iraquianos necessitarão de alimentos vindos do exterior. O Iraque tem 26,5 milhões de habitantes.
O documento também prevê que até 500 mil iraquianos precisarão receber tratamento médico devido a ferimentos ou doenças.
O impacto seria maior do que durante a Guerra do Golfo (1991) porque uma década sanções ao Iraque deixou a população quase totalmente dependente do governo iraquiano. O relatório foi elaborado há cerca de um mês por diversas agências da ONU.
Trechos foram divulgados ontem no site da Campanha contra as Sanções ao Iraque, grupo baseado na Universidade de Cambridge (Reino Unido). O link é www.cam.ac.uk/societies/casi/info/undocs/war021210.pdf.
Fontes da ONU confirmaram a autenticidade do documento, que prevê que haveria um forte bombardeio aéreo seguido de uma ampla ofensiva terrestre: "A devastação seria grande".
Há meses, funcionários da ONU planejam como reagir à crise humanitária, mas sob sigilo para não parecer que a entidade já concluiu que a guerra é inevitável, prejudicando assim o trabalho de seus inspetores de armas no Iraque.
Segundo a ONU, a guerra interromperia a produção de petróleo e prejudicaria seriamente o abastecimento de energia elétrica, o transporte e a distribuição de produtos básicos. E tornaria muito perigoso o trabalho de agências de ajuda humanitária.
Crianças com menos de cinco anos, grávidas e mães em período de amamentação serão as vítimas mais vulneráveis. "Além disso, há risco de epidemias de cólera e disenteria", diz o relatório.


Com agências internacionais


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