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Pausa de três horas dá respiro a palestinos
DO ENVIADO A SDEROT
Pela primeira vez desde
o início da ofensiva israelense, no último dia 27, os
moradores de Gaza puderam sair de casa ontem
sem medo do perigo.
Durante três horas,
tempo que durou a trégua
humanitária estabelecida
por Israel, uma população
acuada por 12 dias de intensos bombardeios pôde
visitar parentes, comprar
suprimentos e ter uma
ideia de como a vizinhança
se transformou em um devastado cenário de guerra.
Há nove dias, os quase
600 mil moradores da Cidade de Gaza vivem sem
água e eletricidade. Várias
famílias se revezam usando um mesmo gerador, cada uma por algumas poucas horas do dia.
Os alimentos são escassos, e poucos têm gás de
cozinha, que tem sido
substituído por fogões à
lenha. Com a divisão da
faixa de Gaza pelo Exército israelense, produtos
cultivados no sul desapareceram das prateleiras da
Cidade de Gaza, no norte.
Mesmo com a entrada
de cerca de 80 caminhões
de ajuda humanitária ontem em Gaza, suprimentos básicos, como farinha e
açúcar, ainda são difíceis
de achar. "Assim que começou a trégua, corri para
comprar pão", contou à
Folha o economista Khali
Shahin, morador da Cidade de Gaza."Mas fui a quatro padarias e em todas
havia mais de mil pessoas
na fila. Acabei voltando
para casa de mãos vazias."
Shahin foi um dos muitos moradores de Gaza
obrigados a deixar suas casas após receber avisos do
Exército israelense sobre
bombardeios iminentes.
As três horas de trégua de
ontem foram uma chance
para que pudessem voltar
rapidamente a suas casas
e recolher suprimentos.
Para outros, o intervalo
nos ataques, que Israel
prometeu repetir todos os
dias entre 13h e 16h, ofereceu a oportunidade para
uma missão mais trágica:
recolher e enterrar os
mortos na ofensiva.
(MN)
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