São Paulo, quinta-feira, 08 de janeiro de 2009

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Pausa de três horas dá respiro a palestinos

DO ENVIADO A SDEROT

Pela primeira vez desde o início da ofensiva israelense, no último dia 27, os moradores de Gaza puderam sair de casa ontem sem medo do perigo.
Durante três horas, tempo que durou a trégua humanitária estabelecida por Israel, uma população acuada por 12 dias de intensos bombardeios pôde visitar parentes, comprar suprimentos e ter uma ideia de como a vizinhança se transformou em um devastado cenário de guerra.
Há nove dias, os quase 600 mil moradores da Cidade de Gaza vivem sem água e eletricidade. Várias famílias se revezam usando um mesmo gerador, cada uma por algumas poucas horas do dia.
Os alimentos são escassos, e poucos têm gás de cozinha, que tem sido substituído por fogões à lenha. Com a divisão da faixa de Gaza pelo Exército israelense, produtos cultivados no sul desapareceram das prateleiras da Cidade de Gaza, no norte.
Mesmo com a entrada de cerca de 80 caminhões de ajuda humanitária ontem em Gaza, suprimentos básicos, como farinha e açúcar, ainda são difíceis de achar. "Assim que começou a trégua, corri para comprar pão", contou à Folha o economista Khali Shahin, morador da Cidade de Gaza."Mas fui a quatro padarias e em todas havia mais de mil pessoas na fila. Acabei voltando para casa de mãos vazias."
Shahin foi um dos muitos moradores de Gaza obrigados a deixar suas casas após receber avisos do Exército israelense sobre bombardeios iminentes. As três horas de trégua de ontem foram uma chance para que pudessem voltar rapidamente a suas casas e recolher suprimentos.
Para outros, o intervalo nos ataques, que Israel prometeu repetir todos os dias entre 13h e 16h, ofereceu a oportunidade para uma missão mais trágica: recolher e enterrar os mortos na ofensiva. (MN)


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