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ONU e Israel acirram discussão sobre mortes de 43 em escola
Mohammed Saber/Efe
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Palestinos rezam em torno dos corpos de algumas 43 vítimas do ataque israelense a escola da ONU que abrigava refugiados; possibilidade de trégua é contestada
DA REDAÇÃO
No dia seguinte ao ataque israelense a uma escola da ONU
no campo de refugiados de Jabaliya, os dois lados voltaram a
discordar sobre o episódio -o
mais letal incidente isolado
desde o início da ofensiva-,
que deixou 43 mortos e cem feridos (números atualizados ontem pelas Nações Unidas).
Após a trégua de três horas
de ontem, John Ging, diretor
da UNRWA (agência humanitária da ONU aos refugiados
palestinos) reafirmou a versão
-refutada por Israel- de que
não havia militantes na escola.
Ele contou ter visitado pessoalmente o local durante o
cessar-fogo. "Estou convicto de
que não havia atividade de militantes na escola. Se alguém tiver provas do contrário, que as
apresente", disse Ging, repetindo apelo pela investigação independente do episódio.
Autoridades israelenses alegaram que seus tanques visaram responsáveis por lançamentos de morteiros contra as
tropas a partir do terreno da escola e acusaram o Hamas de
usar civis como escudo humano. Um porta-voz militar disse
que dois militantes, identificados por "fontes no solo", estavam entre os mortos.
Pouco depois do ataque, as
forças israelenses enviaram a
jornalistas e-mails com links de
um vídeo do YouTube que exibia palestinos lançando morteiros a partir de uma escola comandada pela ONU em Gaza
-mas o arquivo era datado de
outubro de 2007.
O mal-estar entre membros
da ONU e autoridades israelenses em torno do episódio ficou
evidente numa entrevista conjunta concedida à CNN por
Chris Gunness, porta-voz da
UNRWA, e Yigal Palmor, porta-voz da Chancelaria de Israel.
Palmor afirmou que Israel
"sabe que uma equipe do Hamas lançava foguetes da imediata vizinhança da escola e de
seu terreno", o que foi refutado
por Gunness. "Yigal, preciso
desmenti-lo nisso: eles estavam ou não no complexo da
UNRWA? Se estavam, você pode afirmar às pessoas: "Bem,
eles estavam lá". Se não estavam, sejamos claros, abertos e
honestos sobre isso."
A trégua de ontem serviu
também para os sobreviventes
enterrarem seus mortos. O
"New York Times" acompanhou os funerais.
Segundo o jornal, a maioria
das 280 famílias abrigadas na
escola era de moradores do
campo de Beit Lahiya, de onde
saíram após instruções de segurança das forças israelenses,
ontem hostilizadas por um líder do Hamas que deixou seu
esconderijo a fim de "parabenizar as famílias dos mártires"
-mas cuja presença foi recebida com ressalvas por Huda
Deed, que chorava a morte de
nove parentes na escola.
Com agências internacionais e o "Financial Times"
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