São Paulo, domingo, 08 de fevereiro de 2009

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Biden rejeita "esfera de influência" russa

Em Munique, vice dos EUA diz que escudo antimísseis no Leste Europeu, "se se provar eficiente", será construído

Projeto contraria Moscou, que ameaça retaliar pondo mísseis em encrave europeu; Biden abre brecha, porém, à "cooperação com a Rússia"

DA REDAÇÃO

O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, disse ontem que o país prosseguirá com o projeto de instalar um escudo antimísseis no Leste Europeu "se ele se provar tecnologicamente sensato e eficiente" e o fará "em cooperação com os parceiros da Otan e a Rússia".
O projeto do escudo na Polônia e na República Tcheca, iniciado na gestão de George W. Bush, irritou Moscou, embora Washington garanta que o objetivo do escudo é proteger a Europa de mísseis do Irã.
Biden falou ontem na 45ª Conferência de Segurança de Munique. Na véspera, o vice-premiê russo, Serguei Ivanov, reafirmara na conferência que o país abdicará de instalar mísseis no encrave de Kaliningrado, na fronteira com a Polônia, caso os EUA voltem atrás no seu projeto antimísseis.
"Não vamos concordar com a Rússia em tudo. Os EUA não vão reconhecer a Abkhazia e a Ossétia do Sul [territórios georgianos] como Estados independentes. Não vamos reconhecer uma esfera de influência. Nossa visão é que Estados soberanos têm o direito de tomar suas próprias decisões e escolher os seus aliados", disse Biden.
A fala de Biden foi a primeira apresentação sobre a política externa americana no exterior desde a posse de Barack Obama, no último dia 20. O vice reiterou a defesa que o presidente faz do multilateralismo.
"Acreditamos que as alianças e organizações internacionais não diminuem o poder dos EUA, mas ajudam a avançar nos valores, interesses econômicos e segurança coletivos. Então vamos nos engajar, vamos escutar, vamos consultar."
Biden cobrou dos países europeus ajuda para fechar a prisão na base militar de Guantánamo -o bloco está dividido quanto a receber os presos.
"Nossa segurança é compartilhada. Assim como, sugiro respeitosamente, nossa responsabilidade de defendê-la. Os EUA farão mais. Essa é a boa notícia. A má é que também pediremos mais dos nossos parceiros", disse.
Biden reafirmou que os EUA estão dispostos a conversar com o Irã, mas que aumentarão as sanções caso Teerã não abdique de seu programa nuclear.

Com agências internacionais



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