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Biden rejeita "esfera de influência" russa
Em Munique, vice dos EUA diz que escudo antimísseis no Leste Europeu, "se se provar eficiente", será construído
Projeto contraria Moscou, que ameaça retaliar pondo mísseis em encrave europeu; Biden abre brecha, porém, à "cooperação com a Rússia"
DA REDAÇÃO
O vice-presidente dos EUA,
Joe Biden, disse ontem que o
país prosseguirá com o projeto
de instalar um escudo antimísseis no Leste Europeu "se ele se
provar tecnologicamente sensato e eficiente" e o fará "em
cooperação com os parceiros
da Otan e a Rússia".
O projeto do escudo na Polônia e na República Tcheca, iniciado na gestão de George W.
Bush, irritou Moscou, embora
Washington garanta que o objetivo do escudo é proteger a
Europa de mísseis do Irã.
Biden falou ontem na 45ª
Conferência de Segurança de
Munique. Na véspera, o vice-premiê russo, Serguei Ivanov,
reafirmara na conferência que
o país abdicará de instalar mísseis no encrave de Kaliningrado, na fronteira com a Polônia,
caso os EUA voltem atrás no
seu projeto antimísseis.
"Não vamos concordar com a
Rússia em tudo. Os EUA não
vão reconhecer a Abkhazia e a
Ossétia do Sul [territórios georgianos] como Estados independentes. Não vamos reconhecer
uma esfera de influência. Nossa
visão é que Estados soberanos
têm o direito de tomar suas
próprias decisões e escolher os
seus aliados", disse Biden.
A fala de Biden foi a primeira
apresentação sobre a política
externa americana no exterior
desde a posse de Barack Obama, no último dia 20. O vice reiterou a defesa que o presidente
faz do multilateralismo.
"Acreditamos que as alianças
e organizações internacionais
não diminuem o poder dos
EUA, mas ajudam a avançar
nos valores, interesses econômicos e segurança coletivos.
Então vamos nos engajar, vamos escutar, vamos consultar."
Biden cobrou dos países europeus ajuda para fechar a prisão na base militar de Guantánamo -o bloco está dividido
quanto a receber os presos.
"Nossa segurança é compartilhada. Assim como, sugiro
respeitosamente, nossa responsabilidade de defendê-la.
Os EUA farão mais. Essa é a boa
notícia. A má é que também pediremos mais dos nossos parceiros", disse.
Biden reafirmou que os EUA
estão dispostos a conversar
com o Irã, mas que aumentarão
as sanções caso Teerã não abdique de seu programa nuclear.
Com agências internacionais
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