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IRAQUE NA MIRA
Nova proposta de resolução dá a Saddam prazo definitivo para entregar suas armas; membros do CS criticam texto
EUA propõem dar ultimato até 17 de março
DA REDAÇÃO
Os EUA, o Reino Unido e a Espanha apresentaram ontem ao
Conselho de Segurança (CS) da
ONU uma nova resolução que dá
um ultimato ao Iraque: ou coopera totalmente com a ONU para o
seu desarmamento até 17 de março ou enfrenta uma ação militar
liderada por Washington.
A proposta, no entanto, enfrentou imediata resistência de França, Rússia e China, que, além de
Reino Unido e EUA, possuem direito a veto no CS.
"O Iraque terá fracassado em
aproveitar a última oportunidade
oferecida pela resolução 1441 a
não ser que, até ou antes de 17 de
março de 2003, o Conselho de Segurança conclua que o Iraque demonstrou total, incondicional,
imediata e ativa cooperação com
suas obrigações de desarmamento", diz a proposta de resolução.
A resolução 1441, aprovada pelo
CS em novembro último, determinou a volta dos inspetores de
armas ao Iraque (expulsos do país
em 1998) e deu a Bagdá uma "última chance" para encerrar todos
os seus programas de armas químicas, biológicas e nucleares, assim como de mísseis balísticos, e
mostrar provas disso. Senão, enfrentaria "sérias consequências".
Se aprovada, a nova resolução
abriria caminho para, a partir do
dia 17, os EUA e seus aliados darem início a uma ação militar. Há
cerca de 300 mil soldados, 500
aviões e dezenas de navios prontos para agir em volta do Iraque.
Ontem, o secretário de Estado
dos EUA, Colin Powell, disse esperar que ela seja votada na próxima semana. Segundo diplomatas,
poderia ser na terça-feira. Mas parecem pequenas as chances de
aprovação, pois seriam necessários votos favoráveis de 9 dos 15
membros do CS e nenhum veto.
"Por trás dessa apresentação, há
a idéia de um ultimato. É a lógica
da guerra. Nós não aceitamos essa
lógica", disse o chanceler francês,
Dominique de Villepin. "Não há
razão para fechar a porta para a
paz", disse o chanceler chinês,
Tang Jiaxuan. O presidente russo,
Vladimir Putin, disse ao presidente dos EUA, George W. Bush,
estar determinado a buscar uma
solução diplomática.
Até o momento, os EUA têm o
apoio declarado de apenas três
membros do CS: Reino Unido,
Espanha e Bulgária. Cinco são
contra (França, China, Rússia,
Alemanha e Síria). Chile e Paquistão deram declarações ontem que
mostram uma tendência a não
apoiar um ultimato agora. O México pode vir a apoiar os EUA,
mas ainda não se posicionou claramente, e Angola, Camarões e
Guiné permanecem indefinidos.
Bush afirmou anteontem que
está disposto a atacar o Iraque
mesmo sem a aprovação da ONU.
Ele disse que espera uma posição
do CS "em dias", mas que sua
obrigação é proteger os americanos. O governo dos EUA acusa o
ditador iraquiano, Saddam Hussein, de desenvolver armas de
destruição em massa e de possuir
ligações com grupos terroristas
internacionais.
Ontem, o embaixador britânico
nas Nações Unidas, Jeremy
Greenstock, disse que, se o Iraque
não obedecer as resoluções da
ONU até 17 de março, "haverá
uma ação militar".
Com agências internacionais
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