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São Paulo, sábado, 08 de março de 2003

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EUA violaram zona desmilitarizada, suspeita ONU

DA REDAÇÃO

Sete aberturas, suficientemente grandes para permitir a passagem de veículos militares, foram feitas, nos últimos dias, na cerca instalada na fronteira entre o Kuait e o Iraque. A ONU, que investiga o ocorrido "seriamente", suspeita que elas tenham sido feitas por soldados americanos à paisana.
Daljett Bagga, porta-voz da missão de observação da organização na região -chamada Monuik-, disse à agência de notícias France Presse que as aberturas "foram detectadas em cinco, seis ou sete pontos da barreira eletrônica" existente na fronteira.
"Tentamos estabelecer por que isso ocorreu", afirmou Bagga, que precisou que os "buracos foram descobertos na quarta-feira e na quinta-feira". "Hoje [ontem] não vimos nada do gênero", disse.
O porta-voz salientou que alguns observadores da missão da ONU viram várias pessoas, supostamente soldados americanos à paisana, que conseguiram penetrar na zona desmilitarizada desde o lado kuaitiano da cerca.
"Vimos [supostos] soldados dos EUA à paisana penetrar na zona desmilitarizada nos últimos dias", disse Bagga. "Essas pessoas estavam em veículos civis com registro kuaitiano e, às vezes, tinham como companhia guardas de fronteira kuaitianos, que são as únicas pessoas autorizadas a entrar na zona desmilitarizada."
"Ninguém mais tem o direito de entrar na zona desmilitarizada. Queremos saber quem fez isso e a razão pela qual essas pessoas agiram assim", declarou Bagga.
Cerca de 1.300 observadores da ONU tem a missão de vigiar a fronteira e de evitar que a zona desmilitarizada, que tem 200 km e e foi criada após a Guerra do Golfo, em 1991, seja violada.
Segundo funcionários do governo kuaitiano -que não quiseram identificar-se-, as pessoas que entraram na zona desmilitarizada queriam estudar os possíveis lugares em que a cerca poderia ser eliminada para permitir a passagem de veículos militares em caso de deflagração da guerra.


Com agências internacionais


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