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Teerã anuncia a produção de mísseis de curto alcance
Fabricação dos projéteis prova que antigas sanções falharam, diz general iraniano
Armamento tem grande precisão e pode ser lançado de terra ou de navios, diz Irã, que quer desenvolvê-lo para ser usado por helicópteros
DA REDAÇÃO
O governo do Irã anunciou
ontem que o país iniciou a produção independente de mísseis
de curto alcance e alta precisão,
capazes de destruir alvos de até
3.000 toneladas.
Em um anúncio na TV estatal iraniana, o ministro da Defesa do país, Ahmad Vahidi,
afirmou que o Nasr-1 ("vitória",
em persa) pode ser lançado, por
ora, apenas de bases em terra
ou de navios, mas que o país está desenvolvendo a tecnologia
necessária para que ele possa
vir a ser disparado de helicópteros ou submarinos.
O novo armamento vem se
juntar a um já amplo arsenal
que o Irã alega ter produzido.
Em setembro do ano passado, o
país persa testou com sucesso
mísseis de médio alcance, capazes de percorrer até 3.000 km,
distância suficiente para atingir qualquer alvo no Oriente
Médio -incluindo Israel- e alguns países do Leste Europeu.
Os anúncios de poder militar
têm sido feitos em meio aos
crescentes atritos diplomáticos
entre o governo iraniano e países ocidentais.
Liderados pelos EUA, eles
condenam o avanço do programa nuclear do Irã, que dificulta
o acesso de inspetores da Agência Internacional de Energia
Atômica, contribuindo para aumentar as suspeitas de que teria por fim o desenvolvimento
de armas atômicas.
Teerã nega a intenção belicosa e afirma pretender fazer uso
energético e medicinal de seu
urânio enriquecido.
Sanções
Os mísseis de curto alcance
revelados ontem seriam similares, em precisão e capacidade
de destruição, aos usados pelos
EUA para atacar Bagdá, lançados de navios no golfo Pérsico,
durante a Guerra do Iraque. A
TV iraniana mostrou imagens
dos novos mísseis armazenados em galpões sendo vistoriados pelo ministro da Defesa.
No momento em que o governo norte-americano defende a adoção de novas sanções
contra o Irã pelo Conselho de
Segurança das Nações Unidas,
o ministro da Defesa iraniano
afirmou que o desenvolvimento da tecnologia necessária para construir os novos mísseis
prova que as sanções já impostas ao Irã fracassaram.
A escalada retórica entre países ocidentais e o governo do
presidente Mahmoud Ahmadinejad tem levado também a
movimentações militares. No
início do mês passado, os EUA
revelaram que acelerariam a
instalação de um sistema de defesa antimísseis no golfo Pérsico, em prevenção a um possível
ataque balístico iraniano.
Segundo jornais norte-americanos, dois navios com capacidade de interceptar projéteis
monitoram a costa iraniana, e
baterias antimísseis estão a caminho de quatro países do golfo -Qatar, Emirados Árabes
Unidos, Kuait e Bahrein.
Com agências internacionais
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