São Paulo, segunda-feira, 08 de março de 2010

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Teerã anuncia a produção de mísseis de curto alcance

Fabricação dos projéteis prova que antigas sanções falharam, diz general iraniano

Armamento tem grande precisão e pode ser lançado de terra ou de navios, diz Irã, que quer desenvolvê-lo para ser usado por helicópteros

DA REDAÇÃO

O governo do Irã anunciou ontem que o país iniciou a produção independente de mísseis de curto alcance e alta precisão, capazes de destruir alvos de até 3.000 toneladas.
Em um anúncio na TV estatal iraniana, o ministro da Defesa do país, Ahmad Vahidi, afirmou que o Nasr-1 ("vitória", em persa) pode ser lançado, por ora, apenas de bases em terra ou de navios, mas que o país está desenvolvendo a tecnologia necessária para que ele possa vir a ser disparado de helicópteros ou submarinos.
O novo armamento vem se juntar a um já amplo arsenal que o Irã alega ter produzido. Em setembro do ano passado, o país persa testou com sucesso mísseis de médio alcance, capazes de percorrer até 3.000 km, distância suficiente para atingir qualquer alvo no Oriente Médio -incluindo Israel- e alguns países do Leste Europeu.
Os anúncios de poder militar têm sido feitos em meio aos crescentes atritos diplomáticos entre o governo iraniano e países ocidentais.
Liderados pelos EUA, eles condenam o avanço do programa nuclear do Irã, que dificulta o acesso de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica, contribuindo para aumentar as suspeitas de que teria por fim o desenvolvimento de armas atômicas.
Teerã nega a intenção belicosa e afirma pretender fazer uso energético e medicinal de seu urânio enriquecido.

Sanções
Os mísseis de curto alcance revelados ontem seriam similares, em precisão e capacidade de destruição, aos usados pelos EUA para atacar Bagdá, lançados de navios no golfo Pérsico, durante a Guerra do Iraque. A TV iraniana mostrou imagens dos novos mísseis armazenados em galpões sendo vistoriados pelo ministro da Defesa.
No momento em que o governo norte-americano defende a adoção de novas sanções contra o Irã pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, o ministro da Defesa iraniano afirmou que o desenvolvimento da tecnologia necessária para construir os novos mísseis prova que as sanções já impostas ao Irã fracassaram.
A escalada retórica entre países ocidentais e o governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad tem levado também a movimentações militares. No início do mês passado, os EUA revelaram que acelerariam a instalação de um sistema de defesa antimísseis no golfo Pérsico, em prevenção a um possível ataque balístico iraniano.
Segundo jornais norte-americanos, dois navios com capacidade de interceptar projéteis monitoram a costa iraniana, e baterias antimísseis estão a caminho de quatro países do golfo -Qatar, Emirados Árabes Unidos, Kuait e Bahrein.


Com agências internacionais


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