São Paulo, terça-feira, 08 de março de 2011

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ENTREVISTA

'Risco é arsenal acabar no mercado negro'

EM BOSTON

O conflito na Líbia está sendo alimentado não por um fluxo corrente de armas, mas pelo arsenal reunido por décadas por Muammar Gaddafi, que usou o mercado negro para burlar sanções. Para a cientista política Audra Grant, especialista em norte da África no grupo de análise de segurança Rand, o risco maior é que esse arsenal, após o conflito, abasteça outros grupos mundo afora.

 

Folha - Há indícios de que estejam entrando armas ilegalmente na Líbia?
Audra Grant
- Não há prova. Sabemos que Gaddafi adquiriu quantidade significativa de armas nos últimos anos, tanto para o Exército quanto para ajudar grupos pelo mundo.
As armas que estão abastecendo esse conflito atual vieram do bloco oriental [Rússia, China etc.], de forma ilegal. Esse sempre foi um dos vértices da política de Gaddafi, que gastou muito com armas naquilo que vê como sua missão na África.

Esse fluxo se mantém após o início do conflito atual?
O que temos certeza é que o regime adquiriu um arsenal suficiente para circular pelo país todo. E são essas armas, roubadas de seu Exército, que estão nas mãos dos rebeldes.

Outros regimes podem estar interessados em ajudar um dos lados?
É importante estarmos atentos quando o conflito terminar. Essas armas podem acabar nas mãos de terroristas e, pior, pode surgir um mercado negro no qual essas armas poderão ser vendidas para outros grupos. Já vimos acontecer em Ruanda, nos Bálcãs e na Albânia.


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