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São Paulo, terça-feira, 08 de abril de 2003

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Londres crê ter matado Ali Químico

DA REDAÇÃO

Forças britânicas acreditam ter encontrado em Basra (545 km ao sul de Bagdá) o corpo de Ali Hassan al Majid, primo e um dos principais homens de confiança do ditador Saddam Hussein. Até o final desta edição, a notícia, divulgada por militares britânicos, não havia sido confirmada.
Ontem de manhã, a rede de TV britânica Sky News informou que um oficial perto da cidade de Basra (545 km ao sul de Bagdá) confirmou ter encontrado o corpo de Al Majid, mais conhecido por Ali Químico por causa do envolvimento no uso de gás venenoso contra vilas de curdos rebelados no norte do Iraque, em 1988.
Oficiais britânicos foram cautelosos em confirmar o que seria uma grande perda para o regime iraquiano. O comandante das forças britânicas no golfo Pérsico, Brian Burridge, disse que aparentemente ele fora morto durante ataque aéreo enquanto se reunia com outros líderes do partido Baath, em sua residência.
"Nós recolhemos alguns corpos, mas ainda estamos fazendo as identificações", afirmou Burridge, em entrevista no comando central da coalizão, no Qatar. "Mas fontes de Basra dizem que é ele mesmo",disse o comandante.
Em entrevista coletiva ontem, o secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, e o chefe do Estado-Maior, general Richard Myers, demonstraram confiança de que Al Químico fora morto. Eles mostraram um vídeo com o ataque aéreo que o teria matado, no último sábado.
"Acreditamos que o reinado de terror de Ali Químico terminou", disse Rumsfeld.
Ali era o responsável pelas tropas iraquianas ao sul de Bagdá.

Satisfação
As autoridades curdas do norte do Iraque divulgaram nota manifestando satisfação pela possível morte de Ali Químico, mas lamentaram que não seja mais possível levá-lo a julgamento por "crimes de guerra".
O temido homem de confiança de Saddam teve papel de destaque em três momentos que marcaram a história do ditador iraquiano: durante os sete meses de ocupação iraquiana no Kuait, entre 1990 e 1991; na feroz repressão a rebeldes xiitas no sul do Iraque após a Guerra do Golfo, em 1991; e, principalmente, na repressão contra os curdos iraquianos, no final dos anos 1980.
Em 1988, ele ordenou um ataque de gás venenoso que matou cerca de 5.000 curdos na vila de Halabja, com o fim de combater décadas de insurreição na região.
Segundo grupos de direitos humanos, a política de Ali Químico naquela época provocou a morte ou o desaparecimento de 100 mil curdos no norte do Iraque.


Com agências internacionais


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