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Londres crê ter matado Ali Químico
DA REDAÇÃO
Forças britânicas acreditam ter
encontrado em Basra (545 km ao
sul de Bagdá) o corpo de Ali Hassan al Majid, primo e um dos
principais homens de confiança
do ditador Saddam Hussein. Até
o final desta edição, a notícia, divulgada por militares britânicos,
não havia sido confirmada.
Ontem de manhã, a rede de TV
britânica Sky News informou que
um oficial perto da cidade de Basra (545 km ao sul de Bagdá) confirmou ter encontrado o corpo de
Al Majid, mais conhecido por Ali
Químico por causa do envolvimento no uso de gás venenoso
contra vilas de curdos rebelados
no norte do Iraque, em 1988.
Oficiais britânicos foram cautelosos em confirmar o que seria
uma grande perda para o regime
iraquiano. O comandante das forças britânicas no golfo Pérsico,
Brian Burridge, disse que aparentemente ele fora morto durante
ataque aéreo enquanto se reunia
com outros líderes do partido
Baath, em sua residência.
"Nós recolhemos alguns corpos, mas ainda estamos fazendo
as identificações", afirmou Burridge, em entrevista no comando
central da coalizão, no Qatar.
"Mas fontes de Basra dizem que é
ele mesmo",disse o comandante.
Em entrevista coletiva ontem, o
secretário da Defesa dos EUA,
Donald Rumsfeld, e o chefe do Estado-Maior, general Richard
Myers, demonstraram confiança
de que Al Químico fora morto.
Eles mostraram um vídeo com o
ataque aéreo que o teria matado,
no último sábado.
"Acreditamos que o reinado de
terror de Ali Químico terminou",
disse Rumsfeld.
Ali era o responsável pelas tropas iraquianas ao sul de Bagdá.
Satisfação
As autoridades curdas do norte
do Iraque divulgaram nota manifestando satisfação pela possível
morte de Ali Químico, mas lamentaram que não seja mais possível levá-lo a julgamento por
"crimes de guerra".
O temido homem de confiança
de Saddam teve papel de destaque
em três momentos que marcaram
a história do ditador iraquiano:
durante os sete meses de ocupação iraquiana no Kuait, entre 1990
e 1991; na feroz repressão a rebeldes xiitas no sul do Iraque após a
Guerra do Golfo, em 1991; e, principalmente, na repressão contra
os curdos iraquianos, no final dos
anos 1980.
Em 1988, ele ordenou um ataque de gás venenoso que matou
cerca de 5.000 curdos na vila de
Halabja, com o fim de combater
décadas de insurreição na região.
Segundo grupos de direitos humanos, a política de Ali Químico
naquela época provocou a morte
ou o desaparecimento de 100 mil
curdos no norte do Iraque.
Com agências internacionais
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