São Paulo, terça-feira, 08 de abril de 2008

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Atuação social explica força da Irmandade

DA REDAÇÃO

No poder desde 1981, após o assassinato do presidente Anuar Sadat por ativistas islâmicos radicais, o ditador egípcio Hosni Mubarak tem como principal adversário interno a Irmandade Muçulmana, poderosa organização política e religiosa cuja influência o regime do Cairo não consegue diminuir.
Oficialmente, a Irmandade Muçulmana é considerada desde 1984 uma organização clandestina. Mubarak, como seus antecessores, sempre temeu a alta popularidade do grupo.
Mas os chamados "irmãos muçulmanos" são tolerados e podem teoricamente participar das eleições, desde que não se apresentem sob a legenda original.
Nas eleições legislativas de 2005, integrantes da Irmandade Muçulmana se apresentaram como candidatos independentes e conquistaram mais de um quinto das cadeiras do Parlamento -88 das 454 disponíveis, o que faz do grupo religioso a maior força oposicionista do Egito.
Para evitar um novo sucesso e barrar um provável avanço do grupo na política nacional, o governo multiplicou nas últimas semanas as prisões de oposicionistas e impugnações das candidaturas. Cerca de 800 pessoas foram detidas.
Dos 5.000 candidatos da Irmandade Muçulmana que pretendiam concorrer às eleições de hoje (quase todos como independentes), apenas 21 obtiveram permissão para se apresentar. A organização pediu ontem o boicote do pleito.
A repressão não consegue afetar o imenso apoio que a Irmandade Muçulmana vem angariando desde a sua criação, em 1928, na empobrecida população egípcia.
Assim como na faixa de Gaza, onde o Hamas implantou o modelo inspirado no mentor egípcio, a rede social da Irmandade Muçulmana, que inclui médicos, escolas e até alimentação, explica boa parte de sua penetração.


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