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Atuação social explica força da Irmandade
DA REDAÇÃO
No poder desde 1981, após
o assassinato do presidente
Anuar Sadat por ativistas islâmicos radicais, o ditador
egípcio Hosni Mubarak tem
como principal adversário
interno a Irmandade Muçulmana, poderosa organização
política e religiosa cuja influência o regime do Cairo
não consegue diminuir.
Oficialmente, a Irmandade Muçulmana é considerada desde 1984 uma organização clandestina. Mubarak,
como seus antecessores,
sempre temeu a alta popularidade do grupo.
Mas os chamados "irmãos
muçulmanos" são tolerados
e podem teoricamente participar das eleições, desde que
não se apresentem sob a legenda original.
Nas eleições legislativas de
2005, integrantes da Irmandade Muçulmana se apresentaram como candidatos
independentes e conquistaram mais de um quinto das
cadeiras do Parlamento -88
das 454 disponíveis, o que faz
do grupo religioso a maior
força oposicionista do Egito.
Para evitar um novo sucesso e barrar um provável
avanço do grupo na política
nacional, o governo multiplicou nas últimas semanas as
prisões de oposicionistas e
impugnações das candidaturas. Cerca de 800 pessoas foram detidas.
Dos 5.000 candidatos da
Irmandade Muçulmana que
pretendiam concorrer às
eleições de hoje (quase todos
como independentes), apenas 21 obtiveram permissão
para se apresentar. A organização pediu ontem o boicote
do pleito.
A repressão não consegue
afetar o imenso apoio que a
Irmandade Muçulmana vem
angariando desde a sua criação, em 1928, na empobrecida população egípcia.
Assim como na faixa de
Gaza, onde o Hamas implantou o modelo inspirado no
mentor egípcio, a rede social
da Irmandade Muçulmana,
que inclui médicos, escolas e
até alimentação, explica boa
parte de sua penetração.
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