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Bush e Sharon pressionam Arafat por reformas
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George
W. Bush, e o primeiro-ministro
de Israel, Ariel Sharon, afirmaram
ontem, após encontro na Casa
Branca, que a Autoridade Nacional Palestina (ANP), de Iasser
Arafat, precisa de reformas para
que a paz na região seja atingida.
Porém o premiê israelense não
conseguiu convencer o líder norte-americano a descartar Arafat
como parceiro para um acordo de
paz no Oriente Médio. No encontro, Sharon apresentou a Bush documentos supostamente vinculando o palestino ao terrorismo.
O presidente dos EUA disse que
os palestinos precisam de uma
Constituição e anunciou que o diretor da CIA (agência de inteligência dos EUA), George Tenet,
será enviado à região para auxiliar
na reconstrução das forças de segurança palestinas.
Para Bush, a ANP precisa ter
"transparência, leis e um Ministério da Fazenda capaz de combater
a corrupção". Segundo o presidente, essas reformas devem começar o mais breve possível e "os
EUA irão pedir ajuda a outros
países árabes".
Sharon, por sua vez, afirmou
que as reformas devem anteceder
qualquer discussão sobre um futuro Estado palestino, em posição
distinta da do presidente. Bush
salientou ontem mais uma vez
que o estabelecimento do Estado
palestino é necessário para a paz
na região.
Os dois se encontraram ontem
pela quinta vez desde que assumiram os governos de seus países.
Bush se recusa a ver Arafat. O encontro acontecia no momento em
que houve o atentado em Israel,
mas não foi interrompido.
Horas antes de se reunir com
Bush, Sharon apresentou para a
assessora de segurança nacional
dos EUA, Condoleezza Rice, documentos que indicam o financiamento do governo saudita a
atentados terroristas.
Os documentos, diz o premiê israelense, foram confiscados na
ofensiva contra as cidades palestinas no mês passado.
A Arábia Saudita, aliada estratégica dos EUA, nega a acusação de
Sharon, afirmando que ele quer
minar os esforços de paz sauditas.
O príncipe Abdullah, herdeiro
do trono e governante de fato do
país, é o responsável pela proposta de paz aprovada pela Liga Árabe,em março, que prevê o reconhecimento de Israel pelos árabes
em troca da desocupação dos territórios ocupados pelos israelenses em 1967, o que inclui a Cisjordânia, a faixa de Gaza, Jerusalém
Oriental e as colinas do Golã (da
Síria).
No fim do mês passado, Abdullah se reuniu com Bush e fez
pressão para que os EUA alterassem sua política no Oriente Médio, considerada pró-Israel pelos
árabes.
Apesar das acusações de Sharon, Bush não mudou seu discurso em relação aos sauditas, ainda
considerados amigos e parceiros
pela paz pelo presidente dos EUA.
Sobre Arafat, Bush voltou a
mostrar desapontamento, dizendo que ele é responsável pela situação precária dos palestinos.
Porém afirmou que ele é o líder
escolhido pelos palestinos e terá
mais uma chance de buscar a paz
com Israel.
Os palestinos acusam os israelenses de falsificarem os documentos que vinculam Arafat a atividades terroristas.
Com agências internacionais
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