São Paulo, quarta-feira, 08 de maio de 2002

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Bush e Sharon pressionam Arafat por reformas

DA REDAÇÃO

O presidente dos EUA, George W. Bush, e o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, afirmaram ontem, após encontro na Casa Branca, que a Autoridade Nacional Palestina (ANP), de Iasser Arafat, precisa de reformas para que a paz na região seja atingida.
Porém o premiê israelense não conseguiu convencer o líder norte-americano a descartar Arafat como parceiro para um acordo de paz no Oriente Médio. No encontro, Sharon apresentou a Bush documentos supostamente vinculando o palestino ao terrorismo.
O presidente dos EUA disse que os palestinos precisam de uma Constituição e anunciou que o diretor da CIA (agência de inteligência dos EUA), George Tenet, será enviado à região para auxiliar na reconstrução das forças de segurança palestinas.
Para Bush, a ANP precisa ter "transparência, leis e um Ministério da Fazenda capaz de combater a corrupção". Segundo o presidente, essas reformas devem começar o mais breve possível e "os EUA irão pedir ajuda a outros países árabes".
Sharon, por sua vez, afirmou que as reformas devem anteceder qualquer discussão sobre um futuro Estado palestino, em posição distinta da do presidente. Bush salientou ontem mais uma vez que o estabelecimento do Estado palestino é necessário para a paz na região.
Os dois se encontraram ontem pela quinta vez desde que assumiram os governos de seus países. Bush se recusa a ver Arafat. O encontro acontecia no momento em que houve o atentado em Israel, mas não foi interrompido.
Horas antes de se reunir com Bush, Sharon apresentou para a assessora de segurança nacional dos EUA, Condoleezza Rice, documentos que indicam o financiamento do governo saudita a atentados terroristas.
Os documentos, diz o premiê israelense, foram confiscados na ofensiva contra as cidades palestinas no mês passado.
A Arábia Saudita, aliada estratégica dos EUA, nega a acusação de Sharon, afirmando que ele quer minar os esforços de paz sauditas.
O príncipe Abdullah, herdeiro do trono e governante de fato do país, é o responsável pela proposta de paz aprovada pela Liga Árabe,em março, que prevê o reconhecimento de Israel pelos árabes em troca da desocupação dos territórios ocupados pelos israelenses em 1967, o que inclui a Cisjordânia, a faixa de Gaza, Jerusalém Oriental e as colinas do Golã (da Síria).
No fim do mês passado, Abdullah se reuniu com Bush e fez pressão para que os EUA alterassem sua política no Oriente Médio, considerada pró-Israel pelos árabes.
Apesar das acusações de Sharon, Bush não mudou seu discurso em relação aos sauditas, ainda considerados amigos e parceiros pela paz pelo presidente dos EUA.
Sobre Arafat, Bush voltou a mostrar desapontamento, dizendo que ele é responsável pela situação precária dos palestinos. Porém afirmou que ele é o líder escolhido pelos palestinos e terá mais uma chance de buscar a paz com Israel.
Os palestinos acusam os israelenses de falsificarem os documentos que vinculam Arafat a atividades terroristas.


Com agências internacionais


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