São Paulo, quinta-feira, 08 de maio de 2008

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repercussão

TV e blogs dão disputa por encerrada

DO "NEW YORK TIMES"

Na madrugada de ontem, a classe dos gurus políticos de elite que vive na televisão se moveu com força, e talvez irreversivelmente, contra a viabilidade da manutenção da candidatura presidencial da senadora Hillary Clinton.
O momento foi retratado em uma afirmação devastadora de Tim Russert, da NBC News: "Nós agora sabemos quem vai ser o candidato democrata, e ninguém pode questionar isso. Os mais próximos a ela [Hillary] vão lhe fazer uma dura análise e, se forem sinceros, dirão: "Qual é a lógica? O que diremos aos superdelegados que ainda não declararam seus votos? Por que diremos a eles que você continua na disputa?" E hoje não há nenhuma resposta satisfatória a essas questões".
O impacto foi imediato, começando pelo "Drudge Report", portal on-line de notícias. Sua história principal era o link para um clip no YouTube com os comentários de Russert, acompanhados por uma fotografia de um exultante Barack Obama com sua mulher, Michelle, e o título: "O Escolhido".
"Hoje há uma percepção cada vez maior de que Obama será escolhido", disse Chris Wallace, da Fox News. Post no blog político Daily Kos incluiu recado irônico a Hillary, intitulado "lista do que fazer antes de desistir".
Falando à CNN, David Gergen, que foi assessor de vários presidentes, inclusive do marido de Hillary, Bill Clinton, disse: "Acho que os Clinton e seus aliados sabem que o jogo está praticamente terminado".
Indo mais direto ao ponto, Bob Franken, analista político, disse: "Vamos pôr os fatos sobre a mesa: acabou. Acabou".
E assim continuou a história nos principais noticiários matutinos. É claro que a imprensa especializada em política não viveu exatamente dias de glória neste ano. Freqüentemente, ela fez previsões que foram superadas por votos reais de pessoas reais.
Mas suas opiniões importam mais do que nunca na fase final das primárias, na qual Hillary e Obama batalham para obter apoio dos superdelegados, um grupo que provavelmente levará em conta as opiniões dos analistas políticos de Washington na hora de tomar suas decisões.
Questionado se os duros comentários na TV e na blogosfera não levariam os superdelegados na direção de Obama, o diretor de comunicação da campanha de Hillary, Howard Wolfson, disse: "Ainda bem para nós que a palpitocracia não controla esse processo, mas sim os eleitores. E os eleitores nos deram uma importante vitória em Indiana".


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