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JUSTIÇA
Ex-general irrita país vizinho
Brasil intima Oviedo por pressão paraguaia
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-general paraguaio Lino
Oviedo foi intimado a comparecer ao Departamento de Estrangeiros do Ministério da Justiça,
em Brasília, até a sexta-feira da
próxima semana.
A justificativa para a intimação
foi a regularização de sua situação
no Brasil, apesar de Oviedo ter autorização judicial para circular livremente. Ele atualmente está
morando em Foz do Iguaçu (PR).
Segundo a Folha apurou, a intimação de Oviedo se deve a uma
pressão política do governo paraguaio, que está insatisfeito com a
liberdade de que o ex-general desfruta no Brasil, podendo fazer articulações políticas na fronteira.
O embaixador do Paraguai, Luis
Gonzales Arias, foi pessoalmente
ao Ministério da Justiça na quarta-feira para reclamar da conduta
de Oviedo, que vem criticando o
governo paraguaio em atos políticos na fronteira.
Um desses comícios, realizado
no município de Ponta Porã
(MS), teria sido gravado por encomenda do governo paraguaio e
enviado às autoridades brasileiras
como prova da conduta irregular
de Oviedo, que já se anunciou como candidato à Presidência paraguaia em 2003.
O ex-general, acusado no Paraguai de ser o mentor do assassinato do vice-presidente Luis Maria
Argaña, em 1999, foi preso no
Brasil em junho de 2000.
Após a prisão, o governo paraguaio apresentou um pedido de
extradição, que foi negado pelo
STF (Supremo Tribunal Federal)
por considerá-la política.
Na ocasião, o Ministério da Justiça tentou decretar a expulsão de
Oviedo por ele ter entrado clandestinamente no Brasil. Porém
uma liminar do STJ (Superior Tribunal de Justiça) concedeu a
Oviedo um salvo-conduto para
permanecer no país como cidadão paraguaio, o que lhe permite
circular livremente e exercer
qualquer tipo de atividade legal.
Para o advogado de Oviedo,
Walter Costa Porto, seu cliente está com a situação regularizada no
Brasil devido a essa liminar, que
terá o mérito julgado em um mês
pelo plenário do STJ.
Caso a decisão seja novamente
favorável a Oviedo, ele poderá
permanecer por tempo indeterminado no Brasil.
Desde o fim do ano passado,
quando o STF negou o pedido de
extradição, é a primeira vez que
Oviedo recebe uma intimação
desse tipo.
A defesa de Oviedo nega que ele
tenha participado de comícios na
fronteira e diz que apenas recebeu
pessoas em casa, direito que lhe é
assegurado pela Justiça brasileira.
Principal aliado de Lino Oviedo
no Congresso paraguaio, o senador Guillermo Sanchez Ruffanti
disse que as reuniões que o ex-general promove tratam apenas da
"organização do partido [dissidência do Partido Colorado liderada por Oviedo" e são realizados com diferentes setores da população".
Colaborou a Agência Folha, em Campo
Grande
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