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Seul corta envio de arroz à Coréia do Norte
Coréia do Sul pressiona vizinho com histórico de fome a não testar mísseis; Bush insiste na diplomacia
DA REDAÇÃO
A Coréia do Sul anunciou ontem a suspensão do plano de
enviar à Coréia do Norte 500
mil toneladas de arroz e 100 mil
toneladas de fertilizantes.
A decisão, tomada em razão
do disparo pelos norte-coreanos de sete mísseis na última
quarta-feira, afeta diretamente
a precária segurança alimentar
daquele país comunista de 23
milhões de habitantes, onde 2
milhões, sobretudo crianças,
morreram de fome em 1997.
A Coréia do Norte possui de
duas a nove bombas atômicas,
segundo os serviços de inteligência americanos.
O Japão anunciou que cobraria de imediato os US$ 33 milhões que forneceu em arroz
em 1995. O fornecimento fora
de início amparado por um empréstimo de 30 anos.
"Eu sinto muito por esse povo que passa fome", disse em
Tóquio Shoichi Nakagawa, ministro japonês da Agricultura.
A decisão sul-coreana de reter o envio de arroz e fertilizante foi anunciada pelo ministro
da Unificação, Lee Jong-Seok.
Se cumprir a ameaça, a Coréia do Sul deixará de enviar o
equivalente a 6,5 kg de arroz
para cada norte-coreano.
O Programa Mundial de Alimentos, das Nações Unidas,
forneceu entre 1995 e o ano
passado 150 mil toneladas de
alimentos, que podem ter evitado a morte por inanição de 1,9
milhão de pessoas. O arroz cujo
envio a Coréia do Sul anunciou
estar suspenso é de tonelagem
3,3 vezes maior.
Em 2002 o regime norte-coreano revelou que 45% de suas
crianças com menos de 5 anos
estavam subnutridas.
Prioridade diplomática
O presidente George W.
Bush disse ontem, em Chicago,
que o governo americano esgotará todos os meios de pressão
diplomática para convencer os
norte-coreanos a não efetuarem novos testes de mísseis.
"Queremos resolver todos os
problemas diplomaticamente.
É essa a nossa prioridade."
O subsecretário de Estado
Christopher Hill chegou ontem
a Pequim, onde declarou haver
convergência sobre o assunto
entre China e EUA.
Mas, nas Nações Unidas, a
China ontem ameaçava vetar o
projeto de resolução japonês,
que previa sanções contra o regime norte-coreano.
Com agências internacionais
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