São Paulo, sábado, 08 de julho de 2006

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Seul corta envio de arroz à Coréia do Norte

Coréia do Sul pressiona vizinho com histórico de fome a não testar mísseis; Bush insiste na diplomacia

DA REDAÇÃO

A Coréia do Sul anunciou ontem a suspensão do plano de enviar à Coréia do Norte 500 mil toneladas de arroz e 100 mil toneladas de fertilizantes.
A decisão, tomada em razão do disparo pelos norte-coreanos de sete mísseis na última quarta-feira, afeta diretamente a precária segurança alimentar daquele país comunista de 23 milhões de habitantes, onde 2 milhões, sobretudo crianças, morreram de fome em 1997.
A Coréia do Norte possui de duas a nove bombas atômicas, segundo os serviços de inteligência americanos.
O Japão anunciou que cobraria de imediato os US$ 33 milhões que forneceu em arroz em 1995. O fornecimento fora de início amparado por um empréstimo de 30 anos.
"Eu sinto muito por esse povo que passa fome", disse em Tóquio Shoichi Nakagawa, ministro japonês da Agricultura.
A decisão sul-coreana de reter o envio de arroz e fertilizante foi anunciada pelo ministro da Unificação, Lee Jong-Seok.
Se cumprir a ameaça, a Coréia do Sul deixará de enviar o equivalente a 6,5 kg de arroz para cada norte-coreano.
O Programa Mundial de Alimentos, das Nações Unidas, forneceu entre 1995 e o ano passado 150 mil toneladas de alimentos, que podem ter evitado a morte por inanição de 1,9 milhão de pessoas. O arroz cujo envio a Coréia do Sul anunciou estar suspenso é de tonelagem 3,3 vezes maior.
Em 2002 o regime norte-coreano revelou que 45% de suas crianças com menos de 5 anos estavam subnutridas.

Prioridade diplomática
O presidente George W. Bush disse ontem, em Chicago, que o governo americano esgotará todos os meios de pressão diplomática para convencer os norte-coreanos a não efetuarem novos testes de mísseis.
"Queremos resolver todos os problemas diplomaticamente. É essa a nossa prioridade."
O subsecretário de Estado Christopher Hill chegou ontem a Pequim, onde declarou haver convergência sobre o assunto entre China e EUA.
Mas, nas Nações Unidas, a China ontem ameaçava vetar o projeto de resolução japonês, que previa sanções contra o regime norte-coreano.


Com agências internacionais


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