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Israel, "sem limitações", impõe toque de recolher no Líbano
MICHEL GAWENDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE TEL AVIV
O premiê de Israel, Ehud Olmert, autorizou ontem o Exército a atuar "sem limitações" no
Líbano para diminuir o disparo
de foguetes do grupo terrorista
Hizbollah contra o país, e os
militares israelenses impuseram toque de recolher à população libanesa em uma faixa de
até 20 km dentro do Líbano.
"Temos de parar os foguetes.
Não podemos ter 1 milhão de
moradores vivendo em abrigos.
Neste caso, não haverá limitações ao Exército. A guerra envolve fatalidades, o que dói e é
traumático. Mas no momento
temos de lidar com isso", disse
Olmert, em visita ao norte de
Israel com o ministro da Defesa, Amir Peretz.
Horas antes, Peretz disse à
Comissão de Defesa do parlamento que ordenou ao Exército intensificar a ofensiva e "assumir o controle" de lançamento de foguetes pelo Hizbollah,
em qualquer lugar do Líbano,
até que a diplomacia ofereça
uma solução. "Se o processo
político puder parar os disparos, Israel pode dizer que sua
operação mudou a equação da
situação no norte", disse.
O Exército de Israel já tem
planos prontos para invadir
uma área até o rio Litani, que
em alguns trechos chega a 20
km da fronteira. Isso, porém,
ainda não teve aprovação formal do governo, apesar das declarações de Olmert e Peretz.
A ordem para atuar "sem limites" foi decidida depois dos
ataques do Hizbollah que mataram 12 soldados da reserva e
três civis, no domingo. Desde o
início do conflito, 61 soldados e
36 civis israelenses foram mortos em ataques do grupo. Ontem, o Hizbollah disparou cerca de 160 foguetes e mísseis
contra o norte de Israel, sem
deixar feridos graves.
Como parte da estratégia para tentar reduzir esses disparos, o Exército decretou toque
de recolher para os moradores
das aldeias libanesas entre o rio
Litani e a fronteira de Israel.
Segundo os militares, o objetivo é facilitar a identificação de
lançadores de foguetes. Qualquer veículo poderá ser atingido depois das 22h locais.
Irã e Síria
O Exército divulgou ontem
imagens de um combatente do
Hizbollah capturado afirmando que participou, em 12 de julho, do seqüestro de dois soldados israelenses, ação que desencadeou o conflito. Identificado como Mahmoud Ali Suleiman, ele disse que recebeu treinamento militar no Irã, envolvendo armas antitanque, e que
chegou àquele país via Síria
-países que Israel acusa de envolvimento no confronto.
Israel diz ter capturado guerrilheiros e corpos de combatentes para uso em uma possível troca de prisioneiros.
A Força Aérea israelense informou que destruiu uma aeronave não-tripulada do Hizbollah que voava em baixa altitude, a 10 km da costa israelense.
O aparelho seria de fabricação
iraniana, pesa 80 kg, com autonomia de 150 km e capacidade
de levar até 40 kg de explosivos.
Nesse caso, a aeronave não
continha carga e o aparelho pode ter sido usado para espionagem.
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