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ORIENTE MÉDIO
Korei preside o Parlamento e ainda não respondeu ao convite; chanceler de Israel defende expulsão de Arafat
Arafat aponta moderado para premiê
DA REDAÇÃO
O presidente da Autoridade
Nacional Palestina (ANP), Iasser
Arafat, indicou ontem o presidente do Parlamento palestino, Ahmed Korei, para ser o substituto
do demissionário premiê Mahmoud Abbas, mais conhecido como Abu Mazen.
Uma fonte palestina disse que
Korei estava estudando o pedido.
Suas credenciais de moderado e
arquiteto dos acordos de paz de
Oslo (1993) poderiam torná-lo
aceitável aos EUA e a Israel e ajudar a salvar o moribundo plano
de paz lançado em junho último
para encerrar quase três anos de
Intifada, a revolta palestina contra
a ocupação israelense.
O moderado Mazen apresentou
sua renúncia anteontem, reclamando que seus esforços para reformar a ANP e pela paz estavam
sendo bloqueados por Arafat,
frustrados por ações israelenses e
recebendo pouco apoio dos EUA.
Sem Mazen, Israel e EUA ficaram sem interlocutor do lado palestino, já que descartam Arafat
como um "obstáculo à paz".
O anúncio da escolha de Korei
foi feito em encontro em Ramallah da liderança do Fatah, maior
grupo político palestino. Seu nome foi aprovado pelo Fatah e também pelo comitê executivo da
OLP (Organização para a Libertação da Palestina).
A nomeação de Korei, 65, uma
das principais lideranças moderadas palestinas, poderia dar mais
uma chance ao novo plano de
paz, que exige o fim imediato da
violência, a retirada de Israel das
cidades palestinas e a criação de
um Estado palestino em 2005.
Fontes palestinas disseram que
Korei estava presente durante o
encontro do Fatah, mas não deu
resposta imediata a Arafat.
Os EUA, hegemônicos hoje no
Oriente Médio, defendem um
premiê forte para afastar a influência de Arafat e combater os
grupos terroristas palestinos.
Mazen disse que o controle de
Arafat das forças de segurança, as
ações israelenses contra os grupos
terroristas e o fracasso de Washington em conter Israel o impossibilitaram de atacar o terror.
Arafat apontou Mazen, seu antigo aliado e número 2 na OLP,
como premiê em abril, após intensa pressão internacional para
que ele cedesse poder e por reformas descentralizadoras na ANP.
Israel rechaça negociar com um
premiê submisso a Arafat, dizendo que o líder da ANP usa o terror
como arma política. Ele nega.
Para alguns líderes israelenses, a
demissão de Mazen reforçaria a
necessidade de expulsar Arafat
dos territórios palestinos para que
um novo governo tivesse mais liberdade de ação.
"Acho que a expulsão de Arafat
é um resultado inevitável após
anos de envolvimento com o terrorismo", disse o chanceler Silvan
Shalom. Ele afirmou que qualquer decisão a respeito terá de esperar um "debate estratégico" do
gabinete, mas não falou em datas.
Analistas crêem que a expulsão
de Arafat, confinado por Israel
em seu quartel-general em Ramallah há meses, pode aumentar sua
popularidade e gerar uma grande
campanha terrorista.
Mazen voltou a dizer ontem que
sua renúncia é final, embora políticos e analistas tenham afirmado
que poderia ser uma tática para
que ele voltasse com mais poderes
em sua disputa com Arafat, o
mais popular líder palestino.
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